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Manifestação contrária só reúne 20
DA AGÊNCIA FOLHA, EM QUIXADÁ
Numa cidade administrada pelo PT, tudo foi organizado para
uma recepção calorosa em apoio
ao presidente Lula. Um pequeno
grupo de estudantes, porém, com
cuecas, narizes de palhaço e até
um sósia do empresário Marcos
Valério, fez barulho e pediu o impeachment do presidente.
Os 20 estudantes dizem não fazer parte de partidos políticos.
"Assim como começou no Ceará
o movimento de "Fora Collor", iniciamos aqui este "Fora Lula", por
não acreditar que o presidente
não soubesse de nada", disse Aécio Holanda, 29. Para parecer com
Marcos Valério, Tiago Correia,
24, raspou a cabeça e colocou um
terno. "Agora só me chamam de
Tiago Valério." Ele disse que anulou o voto na eleição passada.
Em uma cueca gigante, duas estudantes com caras de palhaço
entoavam hinos contra o presidente. Outro manifestante vestia
um terno com uma cueca por cima, em referência aos dólares encontrados na cueca do petista José
Adalberto Vieira da Silva.
O grupo era pequeno e não chegou perto do presidente, mas fez
barulho: "Lula, decepção, tirou do
povo para pagar o mensalão". De
outro lado, gritava um grupo de
apoiadores do presidente: "Lula,
guerreiro do povo brasileiro".
Cerca de 800 homens participaram da segurança, com soldados
do Exército à paisana no galpão
onde Lula discursou. No local, só
cabiam 5.000 pessoas e houve empurra-empurra na entrada. Muita
gente ainda ficou do lado de fora.
A CUT (Central Única dos Trabalhadores) no Ceará levou de
Fortaleza dez ônibus cheios de
apoiadores. Caminhões paus-de-arara e peruas também foram
contratados pela prefeitura da cidade para transportar pessoas
que vivem nas áreas rurais.
Um comitê em defesa de Lula
vendia camisetas e bonés a R$ 1,
com a frase: "Lula, confiamos em
você". O comitê é organizado pelo
PT de Quixadá, que tem como
principais líderes o prefeito Ilário
Marques e sua mulher, a deputada estadual Rachel Marques, líder
do partido na Assembléia.
Segundo o prefeito, a visita de
Lula ao município foi a primeira
de um presidente em 66 anos. A
anterior havia sido de Getúlio
Vargas, em 1939.
(KF)
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