São Paulo, sábado, 27 de agosto de 2005

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Corretor revela aplicação de publicitário em ouro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Sócio da corretora Bônus-Banval, Enivaldo Quadrado disse ontem, em depoimento à Polícia Federal, que o empresário Marcos Valério de Souza investiu R$ 6,5 milhões no mercado de ouro.
O dinheiro foi resgatado -pelo menos parcialmente- por meio de transferências eletrônicas cujos destinatários devem ser revelados até a quarta-feira.
Conforme lista encaminhada por Valério à PF, a Bônus-Banval teria intermediado o pagamento de R$ 3,5 milhões a beneficiários do suposto "mensalão". Quadrado confirma que, a pedido de Valério, ordenou que três pessoas de sua confiança sacassem R$ 605 mil, entregues ao empresário.
No depoimento, Quadrado nega as acusações, feitas pelo doleiro Antonio de Oliveira Claramunt, o Toninho da Barcelona, de que a Bônus-Banval teria remetido para o exterior recursos de petistas.
Os investimentos de Valério em ouro, operados pela corretora, foram feitos sob orientação da empresa Natimar Negócios.
Quadrado, ao longo de seis horas deste segundo depoimento à PF, contou como teria conhecido Valério. O ponto de partida foi a contratação, como estagiária, de Michele Janene, filha do líder do PP na Câmara, deputado José Janene (PR). Ao visitar a corretora, Janene, em conversa com Quadrado, soube que a empresa atravessava dificuldades financeiras. Janene, então, teria apresentado a Quadrado o empresário Valério, que teria demonstrado interesse em comprar a corretora.
Entre 2003 e 2004, no curso da negociação que não vingou, Valério teria passado a operar com a Bônus-Banval e pediu a Quadrado que fizesse os saques.


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