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ELEIÇÕES
Para o governador, Ciro 'tem uma linguagem que ainda não se afina com muitas coisas que diz a esquerda'
Arraes veta PPS na frente das esquerdas
do enviado especial a Petrolina (PE)
A decisão do
ex-ministro Ciro Gomes de filiar-se ao PPS e
não ao PSB deixou irritado o
governador Miguel Arraes
(PE), figura maior do partido. Ontem pela manhã, ainda sem a confirmação da filiação, ele trocou os
afagos que fez ao ex-ministro nos
últimos dias por críticas tanto a Ciro quanto a seu novo partido.
"(O Ciro) Tem uma linguagem
que ainda não se afina com muitas
coisas que diz a esquerda. (Algumas dessas coisas) Precisam ser esclarecidas, mas são coisas que exigem tempo e debates", disse.
A filiação de Ciro ao PPS, na avaliação de Arraes, em nada muda a
tentativa de os partidos de esquerda formarem uma frente. "Essa
questão não altera a frente. O PPS
não faz parte dessa frente. A frente
que nós cogitamos é a que se reuniu ontem (anteontem, em Brasília), e o PPS nunca se reuniu com
ela", disse o governador.
Para Arraes, a frente seria composta pelo PSB, PT, PDT e PC do B.
Antes da decisão de Ciro, porém, o
PPS figurava como possível aliado.
Apesar de o PT defender o nome
de Luiz Inácio Lula da Silva como
candidato da frente à Presidência,
Arraes disse discordar dos petistas.
"Vamos estabelecer critérios
para avançar na discussão. Depois
dos ajustes é que vamos discutir os
nomes", disse. "Se a gente gira em
torno de nomes, dificulta a negociação." Arraes afirmou que "é cedo" para se discutir essa questão.
Para ele, mesmo que a oposição
não consiga um palanque único,
estará unida à população pelo discurso. "Fundamental não é o palanque, é a rua. O palanque muda,
mas a população embaixo não."
O governador também tratou de
apontar suas divergências com o
presidente do PPS, senador Roberto Freire (PE). "Temos divergências explicitadas há muito tempo."
Presente ontem em Pernambuco, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) disse que "respeitava" Ciro. "Mas se ele for candidato, infelizmente vai perder."
Almino
Arraes e a ex-prefeita Luiza
Erundina (SP) confirmaram presença no ato de filiação do deputado Almino Affonso (PSDB-SP) ao
partido, dia 30. Amigo do presidente Fernando Henrique Cardoso, Almino vai ser o primeiro deputado federal do PSB.
Ele saiu do PMDB para o PSDB
em 93, cinco anos após a criação
do partido. A relação do deputado
com FHC vinha se deteriorando
desde o início do governo. "As divergências tópicas se transformaram em divergências profundas",
disse Almino ao confirmar a data
de sua filiação.
(WILLIAM FRANÇA)
Colaborou a Sucursal de Brasília
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