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Peemedebista
tem "holding"
da Igreja Batista
DA REPORTAGEM LOCAL
Lamartine Posella Sobrinho
(PMDB), candidato a vice-prefeito de São Paulo na chapa de Romeu Tuma (PFL), controla uma
verdadeira holding da Igreja Batista, em São Paulo.
Formado em teologia, ele é pastor da Igreja Batista Palavra Viva,
da qual também é presidente. A
sede da igreja fica na Lapa (zona
noroeste de São Paulo).
Ele afirma que fundou a congregação há cerca de dez anos e,
quando ela se tornou "auto-sustentável", alugou um imóvel para
instalar a igreja. Hoje, a congregação de Posella já tem cinco igrejas.
O candidato é um poliglota. Faz
traduções simultâneas de inglês,
fala francês com fluência e foi professor de grego koinê (língua
morta, é o grego comum falado na
época de Jesus Cristo). Ele também é músico -ou "musicista",
como prefere: toca piano e violão.
Aos 39 anos, Posella está no segundo mandato de deputado federal. Elegeu-se pela primeira vez
em 1994 pelo PP (Partido Progressista). No ano seguinte, o partido
fundiu-se com o PPR (Partido
Progressista Renovador) e formou o PPB, legenda do candidato
Paulo Maluf.
Em outubro de 1998, Posella foi
reeleito pelo PPB. Na campanha,
ele distribuiu marcadores de página para Bíblia aos eleitores
evangélicos.
Dois meses depois de eleito, em
dezembro daquele mesmo ano,
Posella mudou-se para o PMDB,
pouco antes de tomar posse.
"Queria ter mais liberdade para
votar contra o governo", afirma o
candidato a vice de Tuma.
Em 1999, ele votou a favor da
emenda constitucional que prorrogou a CPMF (Contribuição
Provisória sobre Movimentação
Financeira) e da lei que permite a
cobrança previdenciária dos servidores inativos -dois projetos
defendidos pelo governo federal.
Posella foi considerado um deputado federal com "atuação fraca" pelo caderno especial "Olho
no Congresso", publicado pela
Folha em março.
"Ideologicamente, o PMDB é
mais voltado para as questões democráticas e sociais", diz o candidato, que afirma ter tido relação
"muito distante" com Maluf.
"Nunca fui do time dele."
A escolha de Posella para ser
candidato a vice de Tuma foi tumultuada. A polícia precisou intervir oito vezes para conter os
ânimos dos convencionais no dia
da escolha. Venceu a convenção
do PMDB por apenas 12 votos. O
suplente de deputado federal Bebeto Haddad obteve 111 votos, e
Posella, 123 votos.
O apoio do ex-governador
Orestes Quércia, principal líder
do PMDB em São Paulo, foi fundamental para sua vitória. "Todo
mundo sabe que meu líder político é o ex-governador (Quércia)",
afirma.
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