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Petista omite ações de empresa
DA REPORTAGEM LOCAL
Hélio Bicudo omitiu sua participação na empresa Cepar Empreendimentos e Participações
Ltda. na declaração de bens entregue à Justiça Eleitoral em julho.
Ele afirma que a declaração é cópia de seu Imposto de Renda.
De acordo com especialistas ouvidos pela Folha, a irregularidade
pode levar, eventualmente, a processos por crime contra a ordem
tributária e econômica e por crime de falsidade ideológica.
Documentos registrados na
Junta Comercial de São Paulo
mostram que a Cepar foi fundada
em 19 de outubro de 1984. Na época, Bicudo tinha 6,88% empresa.
Em 30 de julho de 1997, quando
foi registrada a última alteração
de sócios, a participação dele caiu
de 5,8% para 3,87%. Isso equivale
a 14.190 quotas, que, na época,
eram negociadas com ágio.
Somando-se o valor nominal
das quotas com o ágio, a participação de Bicudo valeria R$
97.201,50. Ele afirma que as ações
são "uma coisa simbólica".
Bicudo pode sofrer investigação
tributária porque afirma que a declaração de bens foi feita "em conformidade com a declaração do
Imposto de Renda do exercício de
1999". Assim, a empresa também
teria sido omitida do Fisco.
Na declaração de bens entregue
em 1994, quando ele foi candidato
a deputado federal, a empresa
também não foi declarada.
A Cepar detém parte das ações
da Capital Center Hotéis S/A, que
é dona do hotel Crowne Plaza.
Segundo a declaração de bens
de Bicudo, ele também é acionista
direto da Capital Center Hotéis.
Suas ações estão declaradas por
R$ 741.648,75.
Em entrevista à Folha, Bicudo
afirmou que ganhou sua participação na empresa em virtude da
assessoria jurídica que prestou
aos empresários desde a construção do hotel, em 1974.
Até 1979, quando se aposentou,
Bicudo não podia fazer serviços
de assessoria, por ser membro do
Ministério Público Estadual.
Ao ser questionado sobre o fato,
Bicudo disse não se lembrar do
período em que a assessoria foi
prestada. Ele só ingressou oficialmente na empresa em 1980.
Os sócios de Bicudo na Cepar
são Nelson Luiz Baeta Neves e
Jayme Alipio de Barros.
Baeta Neves, que é presidente
da Capital Center, trabalhou no
governo Collor (1989-92). Foi o
principal assessor do então ministro Antônio Cabrera (Agricultura). Deixou o ministério sob a
acusação de prestar assessoria informal à Construtora OAS.
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