São Paulo, quarta-feira, 27 de setembro de 2000

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Petebista diz ter R$ 288 mil "cash"

DA REPORTAGEM LOCAL

Campos Machado declarou ao Imposto de Renda possuir R$ 288 mil "em moeda corrente". Ele diz ter o valor em caixa e em espécie -"cash", no jargão financeiro.
O candidato se recusa a dizer onde o dinheiro é guardado, por questões de segurança. Ele nega que a quantia esteja em bancos. "Tenho fama de milionário."
Questionado sobre se o valor seria muito elevado para ser guardado em espécie, Campos Machado disse: "Não, que nada".
Ele afirma que o valor real de seu patrimônio é muito mais alto que os R$ 2,9 milhões declarados ao Fisco. Isso porque a declaração de Imposto de Renda é feita com base nos valores nominais dos bens e a maioria deles teria sido adquirida há muitos anos.
Como exemplo da distorção dos valores, Campos Machado cita sua casa, na rua Antonio de Gouveia Giudice, no Alto de Pinheiros (zona sudoeste de São Paulo). Ela está declarada ao Fisco por R$ 593 mil, mas, segundo ele, "deve valer R$ 1 milhão".
"Se for calcular pelo valor real, tenho um patrimônio razoável. Não tenho nada a esconder."
Campos Machado foi o único entre os principais candidatos a vice-prefeito de São Paulo que entregou cópia integral de sua declaração de Imposto de Renda à Justiça Eleitoral. Todos os demais forneceram apenas declarações de bens -feitas especialmente para a Justiça Eleitoral ou extraídas das declarações ao Fisco. A legislação eleitoral aceita os dois procedimentos.
O candidato declara ter recebido R$ 70 mil no item "transferências patrimoniais, doações, heranças e meações".
Questionado sobre o assunto, Campos Machado disse: "Não sei, (a doação) deve ter sido para minha esposa." Informado de que se trata de receita, não de despesa, o candidato afirmou que "então, (a doação) deve ter sido dela."
Campos Machado declarou que seu contador faz as declarações de Imposto de Renda dele e da mulher. O contador confirmou a versão do deputado, segundo a qual sua mulher teria feito a doação de R$ 70 mil.
O candidato declara ter ganho R$ 101,6 mil de pessoas físicas em 1999. Ele afirma que as receitas são provenientes de aluguéis e de honorários advocatícios.
Em janeiro deste ano, a Folha informou que o deputado tinha quatro carros sem licenciamento, com multas que somavam R$ 2.145,43. Todos os veículos eram usados de modo irregular.


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