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Petebista diz ter R$ 288 mil "cash"
DA REPORTAGEM LOCAL
Campos Machado declarou ao
Imposto de Renda possuir R$ 288
mil "em moeda corrente". Ele diz
ter o valor em caixa e em espécie
-"cash", no jargão financeiro.
O candidato se recusa a dizer
onde o dinheiro é guardado, por
questões de segurança. Ele nega
que a quantia esteja em bancos.
"Tenho fama de milionário."
Questionado sobre se o valor seria muito elevado para ser guardado em espécie, Campos Machado disse: "Não, que nada".
Ele afirma que o valor real de
seu patrimônio é muito mais alto
que os R$ 2,9 milhões declarados
ao Fisco. Isso porque a declaração
de Imposto de Renda é feita com
base nos valores nominais dos
bens e a maioria deles teria sido
adquirida há muitos anos.
Como exemplo da distorção
dos valores, Campos Machado cita sua casa, na rua Antonio de
Gouveia Giudice, no Alto de Pinheiros (zona sudoeste de São
Paulo). Ela está declarada ao Fisco
por R$ 593 mil, mas, segundo ele,
"deve valer R$ 1 milhão".
"Se for calcular pelo valor real,
tenho um patrimônio razoável.
Não tenho nada a esconder."
Campos Machado foi o único
entre os principais candidatos a
vice-prefeito de São Paulo que entregou cópia integral de sua declaração de Imposto de Renda à Justiça Eleitoral. Todos os demais
forneceram apenas declarações
de bens -feitas especialmente
para a Justiça Eleitoral ou extraídas das declarações ao Fisco. A legislação eleitoral aceita os dois
procedimentos.
O candidato declara ter recebido R$ 70 mil no item "transferências patrimoniais, doações, heranças e meações".
Questionado sobre o assunto,
Campos Machado disse: "Não sei,
(a doação) deve ter sido para minha esposa." Informado de que se
trata de receita, não de despesa, o
candidato afirmou que "então, (a
doação) deve ter sido dela."
Campos Machado declarou que
seu contador faz as declarações de
Imposto de Renda dele e da mulher. O contador confirmou a versão do deputado, segundo a qual
sua mulher teria feito a doação de
R$ 70 mil.
O candidato declara ter ganho
R$ 101,6 mil de pessoas físicas em
1999. Ele afirma que as receitas
são provenientes de aluguéis e de
honorários advocatícios.
Em janeiro deste ano, a Folha
informou que o deputado tinha
quatro carros sem licenciamento,
com multas que somavam R$
2.145,43. Todos os veículos eram
usados de modo irregular.
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