São Paulo, sexta-feira, 27 de setembro de 2002

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Malan insinua que petista pode manter Armínio no Banco Central

LEONARDO SOUZA
ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON

O ministro Pedro Malan (Fazenda) deu a entender ontem que ainda não está totalmente afastada a possibilidade de o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, permanecer no cargo num eventual governo petista.
"Há alguma tentativa de responder, neste momento, a uma certa, digamos, necessidade de manter silêncio sobre isso. Não há nada pessoal aí, e de fato há interações e conversações sendo levadas há muitos meses. Não podemos excluir qualquer resultado ainda. O jogo está muito cedo."
O comentário de Malan foi em resposta a uma pergunta feita por um analista do banco suíço UBS Warburg, Michael Gavin, que questionou o ministro sobre suposta hostilidade do PT em relação a Armínio. Malan participou ontem de um seminário sobre a recuperação da América Latina promovido pelo Banco Mundial.
"Quem conhece o Armínio sabe que é muito difícil imaginar que alguém possa ter hostilidade em relação a uma pessoa que não inspira hostilidade em ninguém", disse Malan. Na semana passada, o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que não manteria Armínio na presidência do BC em seu governo, caso vença as eleições.
O ministro ressaltou que o resultado das eleições ainda não está dado. "As eleições no Brasil não terminaram, as eleições terão lugar em outubro deste ano. Portanto ninguém pode especular a essa altura do jogo como se o resultado estivesse dado e que o futuro presidente já tivesse definido o que ele poderá ou não fazer."
O ministro disse o que espera do presidente eleito para acalmar o mercado. "Acho que é [preciso] reafirmar com clareza, com consistência e com coerência certos compromissos que já foram assumidos [...] É isso que é importante fazer agora. [Dizer] que não haverá aventura, ruptura, grandes mudanças. Porque é limitado a margem de manobra para um país que precisa manter a estabilidade macroeconômica e lançar as bases para um crescimento sustentado", afirmou Malan.



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