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Malan insinua que petista pode manter Armínio no Banco Central
LEONARDO SOUZA
ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON
O ministro Pedro Malan (Fazenda) deu a entender ontem que
ainda não está totalmente afastada a possibilidade de o presidente
do Banco Central, Armínio Fraga,
permanecer no cargo num eventual governo petista.
"Há alguma tentativa de responder, neste momento, a uma
certa, digamos, necessidade de
manter silêncio sobre isso. Não há
nada pessoal aí, e de fato há interações e conversações sendo levadas há muitos meses. Não podemos excluir qualquer resultado
ainda. O jogo está muito cedo."
O comentário de Malan foi em
resposta a uma pergunta feita por
um analista do banco suíço UBS
Warburg, Michael Gavin, que
questionou o ministro sobre suposta hostilidade do PT em relação a Armínio. Malan participou
ontem de um seminário sobre a
recuperação da América Latina
promovido pelo Banco Mundial.
"Quem conhece o Armínio sabe
que é muito difícil imaginar que
alguém possa ter hostilidade em
relação a uma pessoa que não inspira hostilidade em ninguém",
disse Malan. Na semana passada,
o candidato do PT à Presidência,
Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou
que não manteria Armínio na
presidência do BC em seu governo, caso vença as eleições.
O ministro ressaltou que o resultado das eleições ainda não está dado. "As eleições no Brasil não
terminaram, as eleições terão lugar em outubro deste ano. Portanto ninguém pode especular a
essa altura do jogo como se o resultado estivesse dado e que o futuro presidente já tivesse definido
o que ele poderá ou não fazer."
O ministro disse o que espera do
presidente eleito para acalmar o
mercado. "Acho que é [preciso]
reafirmar com clareza, com consistência e com coerência certos
compromissos que já foram assumidos [...] É isso que é importante
fazer agora. [Dizer] que não haverá aventura, ruptura, grandes mudanças. Porque é limitado a margem de manobra para um país
que precisa manter a estabilidade
macroeconômica e lançar as bases para um crescimento sustentado", afirmou Malan.
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