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CAMPANHA
Presidente do PFL reafirma apoio a Ciro Gomes (PPS) e diz que seu partido e o PT são "antagônicos" nos programas e "não se misturam"
Bornhausen critica apoio de Roseana a Lula
ELIANE CANTANHÊDE
DIRETORA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do PFL, senador
Jorge Bornhausen (SC), divulgou
nota ontem recriminando e desautorizando a manifestação pública de apoio da ex-governadora
Roseana Sarney (PFL-MA) à candidatura presidencial do petista
Luiz Inácio Lula da Silva.
"Se verdadeira a anunciada decisão de voto de Roseana Sarney,
a decisão carece de visão nacional", diz a nota de Bornhausen,
que não teve o cuidado de avisar
Roseana antes da divulgação.
Ele alegou que "o PFL e o PT são
partidos antagônicos em seus
programas e não se misturam",
conforme já vinha dizendo em
entrevistas ao negar apoio a Lula
num eventual segundo turno.
Bornhausen também reafirmou
"voto e apoio" para o candidato
da Frente Trabalhista (PPS-PDT-PTB), Ciro Gomes, a quem disse
considerar "o mais preparado para dirigir o país em momento tão
grave". A íntegra de Bornhausen
foi reproduzida no site de Ciro.
Foi Bornhausen quem lançou o
nome de Roseana à corrida presidencial. E ele se manteve seu fiel
aliado durante toda a turbulência
que derrubou a candidatura da
ex-governadora à Presidência.
No último dia 12, foi a São Luís
(MA) para uma conversa reservada com Roseana e seu pai, o ex-presidente José Sarney, do PMDB,
o primeiro do clã a anunciar publicamente apoio a Lula.
Nessa conversa, Bornhausen
pediu explicitamente a Roseana
que não declarasse voto em Lula,
já que o apoio de Sarney já significava uma sinalização suficiente
para a família e, como ele é do
PMDB, preservava o PFL. A ex-governadora aparentemente aceitou. Mas anteontem não resistiu e
abriu o voto em Lula em comício.
Bornhausen soube pelos jornais
e nem se deu ao trabalho de ligar
ontem para Roseana, que estava
trancada num estúdio gravando a
propaganda eleitoral com crianças. Simplesmente, pediu a um
assessor que tentasse avisá-la.
Bornhausen tem duas preocupações básicas hoje: 1) evitar que o
PFL seja acusado de oportunismo, já que o PT pode vencer no
primeiro turno; 2) que o partido
perca o velho pragmatismo e se
mova unicamente pelo ódio ao
candidato tucano, José Serra.
Roseana e seus assessores, porém, cobram coerência. Se o partido liberou seus filiados para votar em quem bem entenderem,
por que eles podem votar em Serra, Ciro ou Garotinho, menos em
Lula? Bornhausen e os seus respondem sempre com a questão
ideológica: o PFL e o PT estão em
espectros opostos da política nacional e o melhor lugar para os
pefelistas, num eventual governo
Lula, será a estréia na oposição.
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