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Tucano ironiza "frufru televisivo" de Lula
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
DA ENVIADA A ARAXÁ
Em mais um ataque ao petista
Luiz Inácio Lula da Silva, o presidenciável tucano, José Serra, disse
ontem, em Belo Horizonte, que
governo não se faz com "frufru televisivo" e que um presidente tem
que contrariar interesses.
"Presidente tem que administrar contrariando e enfrentando
interesses sim. (...) Governar é administrar interesses conflitantes,
governar não é ficar na base do
paz e amor, da música agradável e
do frufru televisivo", disse, em referência à campanha do PT.
O tucano e seus principais correligionários vêm dizendo que
Lula estaria adaptando seu discurso de acordo com a platéia.
"Eu quero dizer que tenho uma
cara só, que trabalho em equipe,
mas eu decido. Meu método de
trabalho não é o método de encarar cada problema, chamar as
pessoas ligadas e pedir uma solução, porque, no mais das vezes, a
soma das soluções será negativa",
disse o tucano, que participou de
encontro com prefeitos e vereadores na capital mineira.
A crítica, além de tentar apontar
para uma "dupla face" do PT, teria por objetivo fortalecer a tese
do suposto despreparo de Lula.
Serra disse que assumiu posição
de "enfrentamento" no Ministério da Saúde, quando teria enfrentado "o governo norte-americano" pela quebra de patente de medicamentos, e o embate contra a
indústria do fumo.
Em Araxá (MG), Serra disse que
o compromisso de um eventual
governo seu é aumentar o salário
mínimo em 50% -o que o elevaria a R$ 300 em quatro anos, sem
contar a reposição da inflação. A
proposta orçamentária de 2003
prevê um reajuste de 5,5%, o que
eleva a R$ 211 o valor em abril.
Vaca renitente
Serra aproveitou a presença de
seu coordenador de campanha,
Pimenta da Veiga, para explorar a
brincadeira segundo a qual ele,
Serra, só teria conhecido uma vaca há pouco tempo.
"Ele é um dos inventores, ele e
Fernando Henrique Cardoso, da
idéia de que eu só conheci uma
vaca com 50 anos. Foi com menos", disse Serra, 60, arrancando
risos da platéia (cerca de 300 pessoas) em Belo Horizonte.
(RANIER BRAGON e RAQUEL ULHÔA)
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