São Paulo, terça-feira, 27 de setembro de 2005

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PAINEL

Bicho-papão
Petistas engajados na campanha de Aldo Rebelo (PC do B-SP) procuram assustar os "mensaleiros" do PP com a promessa de abandoná-los à própria sorte nas investigações em curso caso insistam em apoiar Ciro Nogueira (PI), candidato do partido à presidência da Câmara.

Gestão amiga
Segundo o discurso do medo, somente a união dos "mensaleiros" de diferentes partidos poderá garantir a eleição de Aldo e a conseqüente condução camarada dos processos de cassação.

Noite dos desesperados
Subiu no telhado o debate que havia sido marcado para hoje entre nove candidatos. A TV Câmara chegou a fazer um simulado, mas o formato mais enxuto se estenderia por 126 minutos, sem direito a intervalos.

Calçada da fama
Abandonada a idéia do debate, a TV Câmara levará ao ar entrevistas de cinco minutos com cada um dos candidatos.

Filho pródigo
Inocêncio Oliveira (PE), que deixou o PFL para virar primeiro-secretário na última eleição e desde então já esteve em dois partidos, ensaia o caminho de volta. O deputado pode anunciar hoje apoio a José Thomaz Nonô (AL) em troca de abrigo em sua antiga legenda.

Na mesma
O recurso de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à CCJ contra a candidatura de Nonô tem pouca chance de prosperar. Mesmo se houver pedido de vista, a medida não deve impedir a eleição amanhã, pois o peemedebista não solicitou efeito suspensivo.

Custo-benefício 1
Em sua defesa hoje perante a Corregedoria da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP) buscará justificar os gastos da Casa com publicidade em seu mandato na presidência. Exibirá estatísticas que indicariam melhora da imagem da instituição no período.

Custo-benefício 2
João Paulo apresentará notas fiscais dos gastos com pesquisas e anúncios e os pagamentos feitos à SMP&B, agência de Marcos Valério. Reivindicará ser absolvido já na corregedoria, antes mesmo do encaminhamento do processo ao Conselho de Ética.

Fogos de artifício
No controle da CPI dos Bingos, a oposição até topa incluir a máfia do apito entre seus tópicos, desde que para tratar de apostas ilegais. Mas a estratégia do PT, capitaneada por Ideli Salvatti (SC), é trazer o mundo do futebol à comissão, diluindo as dificuldades do governo.

Movimento migratório
Presidente da CPI dos Correios, Delcídio Amaral (PT-MS), esteve com José Serra no fim de semana em São Paulo. Ontem, conversaria com a ex-deputada tucana Marisa Serrano (MS) para acertar a filiação ao PSDB, seu ex-partido, até o fim da semana.

Cenário perfeito
Deputados que apoiaram Plínio de Arruda Sampaio e que já haviam decidido deixar o PT contavam com a passagem de Valter Pomar para o segundo turno contra Ricardo Berzoini.

Álibi perdido
A disputa Berzoini x Pomar permitiria a esses petistas alegar falta de opção, pois consideram Pomar uma versão reciclada do Campo Majoritário. A iminente ida de Raul Pont ao segundo turno enfraqueceu o discurso do grupo, que ainda assim saiu.

Doses homeopáticas
Na tentativa de pôr fim à crise aberta pelo veto de Geraldo Alckmin (PSDB) ao aumento na verba das universidades, proposto pela Assembléia, o governo paulista vai propor escalonar em cinco anos a elevação de 9,57% para 10% do Orçamento.

TIROTEIO

Do deputado Geddel Vieira Lima (PMDB) sobre o correligionário Renan Calheiros, que afirma ter tentado "pessoalmente" consolidar o candidato do partido na Câmara, Michel Temer, e que apenas diante do insucesso deste decidiu lançar Aldo Rebelo (PC do B):
-O "senador Silvério" fala, fala, fala, mas não tem como justificar a sua traição.

CONTRAPONTO

Falando francamente

Em campanha pela presidência da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP) recebeu vários telefonemas de deputados de seu partido que relatavam, indignados, ter sido procurados por correligionários pedindo votos para o candidato governista, Aldo Rebelo (PC do B-SP).
Um dos mais ativos cabos de Aldo na bancada seria Aníbal Gomes (CE), ligado ao deputado e ex-ministro das Comunicações Eunício Oliveira (CE).
Temer, que além de candidato é presidente do PMDB, resolveu tirar a história a limpo:
-Ô, Aníbal, meu amigo, sei que nem precisava, mas estou ligando para reforçar que conto com o seu apoio na eleição.
-Claro, presidente-, disse o constrangido deputado.
Temer aproveitou a deixa:
-Já que é assim, vou pedir só um favorzinho: pare de ligar para deputados do PMDB pedindo votos para o meu adversário!


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