São Paulo, terça-feira, 27 de setembro de 2005

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Grupo nega apoio a Aldo e quer ir ao segundo turno

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O que mais chamava a atenção ontem nos corredores da Câmara era a dificuldade do Planalto em retirar alguns candidatos do "baixo clero" da disputa pela presidência da Casa, que começa amanhã às 10h.
Com R$ 500 milhões liberados para emendas ao Orçamento e ministros chamados ao Planalto para apresentar sua lista de votos, nada parecia surtir o efeito desejado. O "baixo clero" continuava resistindo.
Ciro Nogueira (PP-PI), João Caldas (PL-AL) e Luiz Antônio Fleury (PTB-SP) negavam qualquer possibilidade de composição com o governista Aldo Rebelo (PC do B-SP).
Ao longo dia, ontem, houve até um certo desdém do "baixo clero" em relação ao governo. Chamado para uma conversa com o ministro Jaques Wagner, Caldas se incumbiu de espalhar pela Câmara: "Ele me chamou. Vou lá só para cumprir tabela". Ele diz que só seguirá dois caminhos: continuar candidato até o final ou apoiar outro nome do "baixo clero".
Blefe ou não, o "baixo clero" quer chegar ao segundo turno: o grupo não é unido, não tem um líder único nem faz reuniões. Mas congrega cerca de 400 dos 513 deputados, que raramente aparecem na mídia. São numericamente poderosos, só que dificilmente são ouvidos. Seguem historicamente as orientações dos caciques de seus partidos.
Nos últimos tempos, essa lógica vem se invertendo. Foi assim com Severino Cavalcanti. Ontem, ninguém era capaz de dizer o que acontecerá.


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