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Jornalista vai presidir nova TV pública
Governo federal escolhe Tereza Cruvinel, de "O Globo", para dirigir emissora, que deve ter orçamento de R$ 350 mi anuais
Convite a colunista foi feito por Franklin Martins e teve aprovação de Lula;
Helena Chagas deve ficar com a direção de jornalismo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A jornalista Tereza Cruvinel
será a presidente da Empresa
Brasil de Comunicação, a rede
pública de TV que o governo
Luiz Inácio Lula da Silva pretende lançar em dezembro.
Cruvinel é a principal colunista de política do jornal "O
Globo", onde trabalha há mais
de 20 anos. Também faz comentários na Globonews. Ela
foi convidada pelo ministro da
Secom (Secretaria de Comunicação Social), Franklin Martins, que também pertenceu à
Rede Globo. Ainda não há data
para a posse de Cruvinel.
Antes de convidá-la, o governo sondou personalidades públicas que não são do ramo jornalístico para comandar a parte
operacional da rede de TV. Algumas delas: o economista Luiz
Gonzaga Belluzzo, o cientista
Enio Candotti e o ex-ministro
do STF Sepúlveda Pertence.
Os três recusaram convites
para o posto. Belluzzo aceitou
integrar o Conselho Curador,
órgão que ficará acima da direção da rede e que dará as diretrizes da TV pública. O governo
deseja que ele seja o presidente
do Conselho Curador, cargo
para o qual haverá eleição entre
os conselheiros. Estima-se que
poderá haver 20 conselheiros.
Após a recusa dos três convidados, o governo se fixou na
busca de um jornalista da grande imprensa. Desde o primeiro
mandato, quando a idéia de TV
pública já era discutida no Planalto, Cruvinel era cotada para
comandar esse projeto.
Antes de a sondagem ser feita, o presidente Lula foi informado e aprovou a idéia. Para a
direção de jornalismo foi convidada Helena Chagas, que dirigiu a sucursal de Brasília de "O
Globo", onde trabalhou com
Cruvinel. Ela deixou há pouco a
chefia de jornalismo do SBT em
Brasília. É colunista de política
do "Jornal de Brasília".
Cruvinel montará a equipe
diretora da rede pública em
acordo com Franklin. Essa
equipe deverá ter entre cinco e
seis diretores. Entre os cotados
estão o atual presidente da Radiobras, José Roberto Garcez, e
o secretário do audiovisual do
Ministério da Cultura, Orlando
Salles de Senna, convidado para a área administrativa.
Esse corpo diretor prestará
contas a um Conselho Curador.
Há possibilidade de que exista
ainda um conselho administrativo. O governo planeja um orçamento anual de cerca de R$
350 milhões para a TV -o que
corresponde ao montante gasto pela Rede Bandeirantes.
Uma operação como a da Rede
Globo custa aproximadamente
R$ 5 bilhões por ano.
A medida provisória que cria
a TV deve ser enviada nos próximos dias ao Congresso. Só depois será publicada a nomeação
de Cruvinel, que não quis antecipar seus planos na emissora.
Desde o primeiro mandato,
Lula e o PT desejam criar uma
rede pública de TV, pois avaliam que a grande imprensa
não faz uma cobertura isenta.
Lula e Franklin têm dito que a
rede terá linha editorial independente do governo. A oposição acusa o governo de tentar
criar uma rede simpática ao PT.
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