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São Paulo, segunda-feira, 27 de outubro de 2003

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PAINEL

Juras esquecidas
A proposta orçamentária de 2004 não prevê recursos para aumento real do salário mínimo, apenas o suficiente para a recomposição da inflação. Na campanha, Lula prometeu dobrar o poder de compra nos quatro anos do mandato.

Previsão modesta
O governo Lula também não incluiu na proposta de Orçamento de 2004 recursos para aumento do funcionalismo público nem para contratações e promoções na carreira. Os R$ 80 bilhões previstos para o funcionalismo são suficientes apenas para a recomposição da inflação.

Primeiras leituras
Cristovam Buarque (Educação) assinou acordo com a Assembléia de Deus para usar os templos evangélicos no programa Brasil Alfabetizado. Os próximos acordos serão com as igrejas Universal e Batista.

Dosagem aumentada
O Ministério da Saúde fará seminário quarta-feira para decidir como investir R$ 240 mi em pesquisas em 2004. O valor supera o que o Ministério de Ciência e Tecnologia dispõe para investimento- R$ 180 mi. No ano passado, a Saúde teve R$ 75 mi.

Fora de estrada
O Ministério da Justiça demitiu, por justa causa, 18 policiais federais e policiais rodoviários federais neste ano, acusados de extorsão, improbidade, abuso de autoridade e corrupção.

Tempos distintos
O Senado adia empréstimo do BNDES à prefeitura petista de São Paulo. Mas aprovou US$ 27 mi para urbanização em Porto Alegre, administrada pelo PT.

Caldo de galinha
Roberto Freire (PPS) convidou José Genoino para participar do colóquio PSDB-PPS, semana que vem no Rio. Quer evitar que o encontro seja encarado pelo Planalto como um desafio.

Vitrine repetida
O PSDB lançará loja virtual em seu site. O PT vende artigos online há pelo menos cinco anos.

Imagem oficial
Em reunião de ministros, Ricardo Berzoini (Previdência) ironizou colegas que estão ficando de cabelos brancos: "Vou trazer Grecin 2000 para todos".

Efeitos colaterais
ONGs entregaram ao Ministério da Saúde manifesto com críticas à política do governo. Dizem que não podem ser responsáveis pela gestão da política pública, mas executoras das ações. Hoje, 90% do atendimento é feito por essas entidades.

Hora da transfusão
Técnicos do governo admitem que as ONGs do setor de saúde indígena exercem um poder paralelo, gerando confusão no atendimento. Mas negam reivindicação para transferir a gestão das políticas públicas para o Ministério da Saúde. Não é o momento adequado, dizem.

Pesos e medidas
O senador Renan Calheiros (AL), líder do PMDB, emagreceu 15 kg em dois meses. Ao encontrar-se com Lula, na semana passada, revelou: "Fiz o mesmo regime que você!" Sem comer carboidratos, Lula perdeu 8 kg.

Espírito natalino
Senadores da base governista preparam abaixo-assinado ao Planalto pedindo indulto de Natal para os sem-terra José Rainha e Diolinda (MST).

Empenho antecipado
A reforma tributária ainda não foi aprovada no Senado, mas Marta Suplicy pôs no Orçamento de 2004 para São Paulo R$ 119 mi em receitas da Cide, a contribuição sobre combustíveis.

Sem medo de sonhar
A Secretaria Municipal das Finanças de SP diz considerar que a reforma tributária será aprovada ainda em 2003 e calculou o valor que receberá pela Cide. Alega que a gestão Lula também considerou os efeitos da reforma no Orçamento da União.

TIROTEIO
Do ministro José Dirceu, sobre a polêmica com o ex-presidente Fernando Henrique:
-Na democracia, todo o mundo é livre para falar o que quiser. Mas ele tem que aprender a ouvir o que não quer.

CONTRAPONTO

Fio do bigode

Reunidos na quarta-feira com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), líderes de todas as bancadas discutiam a votação da reforma tributária.
Na tentativa de enxugar prazos, Sarney propôs que as sessões das segundas e sextas passassem a ser deliberativas, diferentemente do que ocorre hoje.
Os aliados concordaram. A oposição, representada por José Agripino (PFL) e Arthur Virgílio (PSDB), rejeitou a mudança.
Depois de muito debate, Agripino ofereceu um acordo. Aceitaria sessões às segundas e sextas, mas seu partido teria direito de apresentar mais emendas.
O líder do governo, Aloizio Mercadante (PT-SP), provocou:
- Mas quais serão os termos desse acordo? O último que fechamos teve validade menor que a de um iogurte.
Mesmo aborrecido, Agripino manteve a proposta, afinal aceita pelo grupo.



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