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POLÍTICA SOCIAL
Presidente afirma que Fórum Social Mundial precisa definir questão prioritária a ser debatida durante o ano
Fórum tende a ser "feira ideológica", diz Lula
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em discurso improvisado ontem no Palácio do Planalto para
integrantes do Consea (Conselho
Nacional de Segurança Alimentar
e Nutricional), o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva disse que o
Fórum Social Mundial tende a se
transformar numa "feira de produtos ideológicos", caso não defina um tema prioritário para ser
discutido durante todo o ano. Lula, que participou das edições brasileiras do evento, sugeriu a fome
como um primeiro tema.
"Eu penso, companheiros, que
o Fórum Social Mundial que vai
se realizar em Porto Alegre [em
janeiro do próximo ano] precisa
definir um ou dois temas para se
transformar em bandeira para
eles [movimentos, sindicatos e
igrejas] trabalharem durante o
ano inteiro. Porque, senão, o Fórum vai se transformando numa
feira, sabe, numa feira de produtos ideológicos, onde cadê um
vem e compra o que quer, vende o
que quer", declarou ele.
Em seguida, o presidente afirmou que a escolha de um único
tema tornaria mais fácil o trabalho de cobrança. "[Sem isso] a
gente vai embora sem ter firmado
um compromisso de que tem
uma coisa para a gente fazer o ano
inteiro, para cobrar os governantes, para cobrar dos partidos, para
cobrar dos parlamentares. O movimento sindical tem um papel
muito importante nisso", disse.
Para Lula, a discussão da fome
deve ser encabeçada pela sociedade civil. "Então, nós estamos agora numa fase de convencer a sociedade civil de que essa luta é dela, não é do governo do Brasil,
porque amanhã o Brasil pode ter
um governo que não queira fazer
isso. Então, a sociedade tem de assumir pra si essa bandeira."
Em 2005, o Fórum Social Mundial deverá ocorrer entre os dias
26 e 31 de janeiro, em Porto Alegre (RS). Uma eventual derrota
do petista Raul Pont à prefeitura
da cidade, porém, poderá mudar
a programação. Alguns organizadores já admitem escolher outra
cidade caso o PT deixe de governar a capital gaúcha. No ano passado, o fórum ocorreu na Índia.
O sociólogo Emir Sader, professor da USP e da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) e
membro do conselho internacional do fórum, é contra a unicidade temática. "Pela multiplicidade
de temas que produz o mundo
atual, não há um que cruze", disse. "A nossa luta é contra a exploração, a alienação, a dominação e
a discriminação", acrescentou.
De acordo com o sociólogo, já
foram definidos os tópicos das
discussões na edição do evento no
próximo ano. "Consultamos amplamente todos os participantes e
chegamos a 11 temas."
(EDS E JD)
Colaborou a Redação
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