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Críticas só querem mudar o foco, diz Mônica
DA REPORTAGEM LOCAL
Pivô de uma crise no PT, a jornalista Mônica Dallari, 40, reagiu
ontem aos que reduzem a uma
briga entre mulheres as críticas
que fez à condução da campanha
de Marta Suplicy. Para ela, esse argumento "é uma tentativa de desviar o foco de um problema real
que houve e que lamentavelmente
só foi mudado na última semana
[a propaganda eleitoral]".
"Os culpados estão procurando
outras pessoas para responsabilizar", disse a namorada do senador Eduardo Suplicy. Mônica deu
uma entrevista à revista "Veja"
em que condena o tom agressivo
da campanha de Marta e a busca
do apoio de Paulo Maluf (PP).
Ontem, disse que não falaria à
revista se imaginasse sua repercussão. Após participar de um comício ao lado de Marta ontem à
noite, o senador também disse
que sua namorada se arrependeu,
dados os desdobramentos. Suplicy afirmou que ainda não conversou com a ex-mulher.
Questionada duas vezes sobre o
tema ontem, Marta disse que não
queria falar sobre o assunto.
Apesar das ponderações, Mônica destacou, chamando de "inconcebível ver o PT ao lado de
Maluf", um "ponto positivo" em
sua manifestação: a abertura de
uma discussão.
Contando que o pai, o advogado Dalmo Dallari, apanhou da
polícia de Maluf e foi preso, em
1980, ao lado do hoje presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, ela pondera: "A aliança com Maluf me
causa muita indignação. E não
houve tanta reação no PT porque
as pessoas não quiseram falar.
Ontem [segunda-feira], entre os
intelectuais, houve. Até então que
grande indignação houve?"
Mônica alegou que o tema da
entrevista era "o senador mais
querido do Brasil". Seu "desejo
era mostrar o trabalho que o
Eduardo está fazendo de apoio, o
que muitas vezes não é levado em
conta pelo PT e até com muitas situações de desrespeito".
Segundo ela, "a matéria cresceu
em função dos últimos acontecimentos, como a prisão do Duda
Mendonça e a indisponibilidade
de bens do Maluf". Mônica diz
que "não vê nada ofensivo na entrevista" e que sua "intenção nunca foi de magoar ou criar qualquer
problema para a Marta".
"Eu voto nela, acho que fez um
bom governo. Ando bastante na
periferia com o Eduardo."
E faz questão de descartar os
que atribuem sua atitude à revanche: "Nunca houve qualquer discussão com a Marta, qualquer briga com ela", afirmou, rechaçando
boatos de petistas de que teria sido alvo do ciúme de Marta há 20
anos, quando trabalha como voluntária em campanha de Suplicy.
Ela ressalta também que sempre
apoiou a participação de Suplicy
na campanha de Marta.
(CATIA SEABRA)
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