São Paulo, quarta-feira, 27 de outubro de 2004

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Críticas só querem mudar o foco, diz Mônica

DA REPORTAGEM LOCAL

Pivô de uma crise no PT, a jornalista Mônica Dallari, 40, reagiu ontem aos que reduzem a uma briga entre mulheres as críticas que fez à condução da campanha de Marta Suplicy. Para ela, esse argumento "é uma tentativa de desviar o foco de um problema real que houve e que lamentavelmente só foi mudado na última semana [a propaganda eleitoral]".
"Os culpados estão procurando outras pessoas para responsabilizar", disse a namorada do senador Eduardo Suplicy. Mônica deu uma entrevista à revista "Veja" em que condena o tom agressivo da campanha de Marta e a busca do apoio de Paulo Maluf (PP).
Ontem, disse que não falaria à revista se imaginasse sua repercussão. Após participar de um comício ao lado de Marta ontem à noite, o senador também disse que sua namorada se arrependeu, dados os desdobramentos. Suplicy afirmou que ainda não conversou com a ex-mulher.
Questionada duas vezes sobre o tema ontem, Marta disse que não queria falar sobre o assunto.
Apesar das ponderações, Mônica destacou, chamando de "inconcebível ver o PT ao lado de Maluf", um "ponto positivo" em sua manifestação: a abertura de uma discussão.
Contando que o pai, o advogado Dalmo Dallari, apanhou da polícia de Maluf e foi preso, em 1980, ao lado do hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ela pondera: "A aliança com Maluf me causa muita indignação. E não houve tanta reação no PT porque as pessoas não quiseram falar. Ontem [segunda-feira], entre os intelectuais, houve. Até então que grande indignação houve?"
Mônica alegou que o tema da entrevista era "o senador mais querido do Brasil". Seu "desejo era mostrar o trabalho que o Eduardo está fazendo de apoio, o que muitas vezes não é levado em conta pelo PT e até com muitas situações de desrespeito".
Segundo ela, "a matéria cresceu em função dos últimos acontecimentos, como a prisão do Duda Mendonça e a indisponibilidade de bens do Maluf". Mônica diz que "não vê nada ofensivo na entrevista" e que sua "intenção nunca foi de magoar ou criar qualquer problema para a Marta".
"Eu voto nela, acho que fez um bom governo. Ando bastante na periferia com o Eduardo."
E faz questão de descartar os que atribuem sua atitude à revanche: "Nunca houve qualquer discussão com a Marta, qualquer briga com ela", afirmou, rechaçando boatos de petistas de que teria sido alvo do ciúme de Marta há 20 anos, quando trabalha como voluntária em campanha de Suplicy. Ela ressalta também que sempre apoiou a participação de Suplicy na campanha de Marta.
(CATIA SEABRA)


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