São Paulo, quinta-feira, 27 de outubro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ RETALIAÇÃO

Presidente do Senado, aliado a Lula, diz que comissão para apurar caixa dois nas eleições será criada caso o requerimento seja protocolado

Nova CPI depende de tucanos, diz Renan

CHICO DE GOIS
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), aliado do governo, disse ontem que instalará a CPI para investigar o caixa dois em campanhas eleitorais, caso o PSDB protocole o pedido.
"Se chegar um requerimento com o número mínimo de assinaturas e o objeto de investigação definido, terei de instalar [a CPI]."
Embora acredite que a existência de caixa dois nas campanhas eleitorais já está sendo investigada nas outras CPIs que tramitam pelo Congresso, Renan defendeu a criação de comissões como um instrumento das minorias.
Ontem, o líder do PSDB no Senador, Arthur Virgílio (AM), disse ter cerca de 35 assinaturas para enviar o pedido de CPI. Ele prometeu protocolar ontem mesmo o requerimento, mas, até o fechamento desta edição, não o havia feito. A proposta de criação de mais uma CPI foi motivada pela irritação dos tucanos com os petistas, que vinculam o ex-presidente do PSDB, Eduardo Azeredo (MG), à criação do esquema de financiamento de campanhas com empréstimos de Marcos Valério.
Os alvos dos tucanos são os senadores petistas Aloizio Mercadante (SP) e Ideli Salvatti (SC). Mercadante disse que os tucanos "criticaram a criação da CPI do Mensalão porque iria investigar tudo". Ele acredita que a existência de caixa dois já está sendo verificada pelas outras comissões. Para o líder do governo no Senado, é preciso ver como combinar investigação com agenda legislativa.
O presidente da CPI dos Correios, Delcídio Amaral (PT-MS), demonstrou espanto com a proposta dos tucanos. "É muita CPI."
O ministro Jaques Wagner disse que a eventual instalação da CPI não será bom ao governo nem ao Congresso. "Não é bom para o país que se produza por tempo muito longo um processo de tensionamento das relações dentro do Congresso entre partidos e entre o governo e a oposição."


Texto Anterior: Escândalo do "mensalão"/Caso Celso Daniel: Carvalho e Dirceu traçaram "tática", diz tucano
Próximo Texto: Para Costa, apurar caixa 2 é "revanche"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.