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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ RETALIAÇÃO
Presidente do Senado, aliado a Lula, diz que comissão para apurar caixa dois nas eleições será criada caso o requerimento seja protocolado
Nova CPI depende de tucanos, diz Renan
CHICO DE GOIS
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA
O presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), aliado do
governo, disse ontem que instalará a CPI para investigar o caixa
dois em campanhas eleitorais, caso o PSDB protocole o pedido.
"Se chegar um requerimento
com o número mínimo de assinaturas e o objeto de investigação
definido, terei de instalar [a CPI]."
Embora acredite que a existência de caixa dois nas campanhas
eleitorais já está sendo investigada
nas outras CPIs que tramitam pelo Congresso, Renan defendeu a
criação de comissões como um
instrumento das minorias.
Ontem, o líder do PSDB no Senador, Arthur Virgílio (AM), disse ter cerca de 35 assinaturas para
enviar o pedido de CPI. Ele prometeu protocolar ontem mesmo
o requerimento, mas, até o fechamento desta edição, não o havia
feito. A proposta de criação de
mais uma CPI foi motivada pela
irritação dos tucanos com os petistas, que vinculam o ex-presidente do PSDB, Eduardo Azeredo
(MG), à criação do esquema de financiamento de campanhas com
empréstimos de Marcos Valério.
Os alvos dos tucanos são os senadores petistas Aloizio Mercadante (SP) e Ideli Salvatti (SC).
Mercadante disse que os tucanos
"criticaram a criação da CPI do
Mensalão porque iria investigar
tudo". Ele acredita que a existência de caixa dois já está sendo verificada pelas outras comissões. Para o líder do governo no Senado, é
preciso ver como combinar investigação com agenda legislativa.
O presidente da CPI dos Correios, Delcídio Amaral (PT-MS),
demonstrou espanto com a proposta dos tucanos. "É muita CPI."
O ministro Jaques Wagner disse
que a eventual instalação da CPI
não será bom ao governo nem ao
Congresso. "Não é bom para o
país que se produza por tempo
muito longo um processo de tensionamento das relações dentro
do Congresso entre partidos e entre o governo e a oposição."
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