São Paulo, quinta-feira, 27 de outubro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

COMPRA DE VOTOS

CPI pede que PF force Ronivon a depor

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da CPI do Mensalão, senador Amir Lando (PMDB-RO), decidiu ontem pedir ajuda à Polícia Federal para forçar o deputado Ronivon Santiago (PP-AC) e o suplente Chicão Brígido (PMDB-AC) a prestar seus depoimentos à comissão.
"Vou requerer à PF para fazer o translado [dos depoentes]. Acabou-se a brincadeira. Ou a CPI exerce o seu poder ou perde seu valor", disse Lando, demonstrando irritação.
Santiago e Brígido foram convocados pela comissão para esclarecer a denúncia de compra de votos para a aprovação da emenda da reeleição, em 1997.
Brígido deveria ter prestado depoimento na terça-feira. Já Santiago, que seria ouvido ontem, faltou pela terceira vez consecutiva. Nas duas primeiras, afirmou estar com problemas de saúde.
Desta vez, disse que não poderia depor porque ontem, quase no mesmo horário da sessão, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) discutiria recurso sobre a manutenção do mandato dele. Isso acabou não ocorrendo.
Acusado de compra de votos na eleição de 2002, Santiago tem uma decisão de cassação expedida pela justiça eleitoral do Acre. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) referendou a decisão e pediu que a Mesa Diretora da Câmara nomeasse o suplente Brígido.
Segundo Lando, os dois devem depor amanhã ou segunda-feira.

Acareação
Acareação marcada para hoje confrontará o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, o publicitário Marcos Valério de Souza e outras sete pessoas. O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio de Mello concedeu na noite de ontem liminar ao habeas corpus movido por Delúbio. Com isso, o ex-tesoureiro escapa da ameaça de ser preso na acareação. Ele pode ficar calado para não se auto-incriminar.
Ontem, o relator da CPI do Mensalão, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), explicou que Delúbio, a gerente da SMPB Simone Vasconcelos e Valério serão confrontados com cada um dos seis convocados. São eles: José Luiz Alves, assessor do ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto; Manoel Severino dos Santos, ex-presidente da Casa da Moeda; João Cláudio Genu, assessor do PP; Emerson Palmieri, tesoureiro informal do PTB; Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do PL; e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. (ADRIANO CEOLIN)


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Caminho das águas: Bispo critica Lula e ameaça retomar protesto
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.