São Paulo, terça-feira, 27 de novembro de 2001

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PAINEL

Prova dos nove
O Planalto começou a espalhar que, se o PFL insistir no projeto Roseana Sarney após a definição do candidato tucano à Presidência, exigirá a devolução de todos os cargos no governo. O velho pragmatismo pefelista, dizem no governo, falará mais alto.

Tela quente
O programa de TV do PSDB baiano, exibido ontem, dedicou parte de seu tempo ao ministro José Serra (Saúde). O governador Tasso Jereissati, o outro presidenciável do partido, ficou de fora por decisão de Jutahy Júnior, líder do PSDB na Câmara.

Solução de sempre
Leonel Brizola diz que não quer, mas deputados pedetistas tentam convencê-lo a disputar a sucessão de FHC. Acham que é o único jeito de o PDT não definhar ainda mais no Congresso.

Atrás da novidade
Rompido com Lula, distante de Ciro e sem esperanças na candidatura Itamar, Brizola não sabe bem o que fazer. Fala até em lançar Alceu Collares (RS). Meses atrás, chegou a convidar Pelé para disputar a sucessão. Hélio Viana, que hoje troca acusações com o ex-atleta, foi o intermediário da conversa.

Árvore genealógica
ACM pode lançar uma chapa familiar em 2002. O ex-senador deve concorrer ao governo e lançar Antônio Carlos Júnior ao Senado. Para a Câmara, o candidato deve ser Antônio Carlos Neto. E para a Assembléia, Luís Eduardo Magalhães Júnior.

Tratamento de choque
O PSB discutirá no final do mês o programa de governo de Garotinho. Entre as propostas, está a criminalização das autoridades que não erradicarem o analfabetismo em quatro anos.

Gregos e troianos
O PT criou um grupo para elaborar o programa de governo de Lula. Coordenada pelo prefeito Celso Daniel (Santo André), a equipe será formada por 23 pessoas. De todas as correntes.

Marketing pessoal
Numa recepção a bordo do primeiro navio a atracar no porto do Pecém (CE), no dia 11, perguntaram a Tasso que bebida queria tomar. O tucano foi rápido: "Coca-Cola, é claro. Dá sorte". O governador é dono da fábrica do refrigerante no Estado.

Fatia do bolo
Contrapartida exigida pelo PL para apoiar Lula na eleição presidencial: o partido quer coligar-se com o PT nas eleições proporcionais, principalmente em São Paulo. Acha que é o melhor modo de aumentar sua bancada de deputados em 2002.

Palanque pesado
A possibilidade de o PT coligar-se com o PL em SP não assusta Lula, mas causa arrepios em muitos deputados petistas. Segundo eles, seria muito difícil manter o discurso da moralidade ao lado de ex-malufistas como Luiz Antônio de Medeiros.

De mudança
Marta Suplicy (PT) deve transferir em março a sede da Prefeitura de São Paulo, localizada no Palácio das Indústrias, para o prédio do Banespa do viaduto do Chá. As negociações com o Santander, proprietário do edifício, estão adiantadas.

Ótica empresarial
A reforma tributária deveria ser a prioridade do futuro presidente, segundo enquete feita durante palestra de Ciro Gomes na Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil. O combate à corrupção ficou em segundo lugar. Cerca de 700 empresários participaram.

Visita à Folha
Victório de Marchi, co-presidente do Conselho de Administração da AmBev (Companhia de Bebidas das Américas), visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Maristela Mafei, sócia-diretora da Máquina da Notícia.

TIROTEIO

Do ex-ministro e deputado federal Delfim Netto (PPB-SP), sobre as críticas da oposição ao projeto que flexibiliza a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho):
- A crítica é puramente política. Não tenho simpatia por este governo, mas não é verdade que o projeto acaba com as garantias do trabalhador.

CONTRAPONTO

Candidatura popular

Em 2000, o Tribunal Superior Eleitoral incentivou os Estados a fazerem votações simuladas. O presidente do TSE, Néri da Silveira, visitaria algumas cidades no ato de apuração.
Santo Antônio do Leverger (MT) estava no roteiro. A população não gostou dos "candidatos" sugeridos (artistas e escritores mortos) e pediu autorização ao TRE-MT para usar nomes de blocos carnavalescos da cidade, todos impublicáveis.
Querendo uma maior participação popular, o TRE concordou. Foi simulada campanha, com cartazes e panfletos. A poucos dias da apuração, chegaram ao gabinete do ministro os cartazes da campanha. A assessoria do ministro, católico fervoroso, telefonou para o TRE e avisou:
- Com esses "candidatos", o ministro não pisa aí!
Um dos cartazes trazia o desenho de um órgão sexual, símbolo de um bloco.


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