São Paulo, quarta-feira, 27 de novembro de 2002

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OUTRO LADO

Ministro-chefe se diz "indignado" com a suspeita

DA SUCURSAL DO RIO

O ministro-chefe da Casa Civil, Pedro Parente, afirmou estar "indignado" com a suspeita de que teria agido para favorecer o grupo gaúcho de comunicação RBS.
"Acho isso muito desagradável. Não tive nenhuma participação na elaboração da medida provisória. Nem sequer li o texto da MP antes de ela ser aprovada pelo presidente da República. A simples publicação dessa matéria vai me causar problemas", declarou o ministro, por telefone, à Folha.
Parente disse que a Comissão de Ética Pública está correta em investigar os fatos. "Ela recebeu uma denúncia e tem que apurá-la", disse, referindo-se à notícia veiculada pelo site "Carta Maior", que apontou a suposta participação do ministro na elaboração da MP.
"Quanto antes a comissão apurar os fatos, melhor para mim, e que venha a público o resultado", declarou o ministro da Casa Civil.
Parente ficou irritado ao ser procurado pela Folha para comentar a investigação. Disse que tem 31 anos de serviço público "sem um único deslize" e que as suspeitas de favorecimento ao grupo RBS são "o fim da picada".
"Estou chateado, indignado, aborrecido. Apenas levei o texto da medida provisória para o presidente assinar. Quem discutiu esse assunto com o ministro Juarez Quadros foi o secretário executivo da Casa Civil, Silvano Gianni. Serei prejudicado sem ter culpa no cartório", afirmou.

Comunicações
Parente declarou que o texto da medida provisória foi redigido pelo Ministério das Comunicações.
Procurado pela Folha, o ministro das Comunicações, Juarez Quadros, limitou-se a confirmar que recebeu ofício da Comissão de Ética Pública, mas não comentou as indagações da comissão.
A assessoria de Quadros disse que ele ainda não enviou as respostas ao presidente da comissão, João Geraldo Piquet Carneiro.
O presidente do grupo RBS, Nelson Sirotsky, também não quis comentar a investigação.


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