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Servidores lotam galeria da Casa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Servidores públicos, sobretudo
auditores fiscais aposentados, lotaram as galerias do Senado, ontem, para acompanhar a votação
da Reforma da Previdência. No
começo contidos, depois de nove
horas de discussão eles já levantavam e aplaudiam discursos que
lhes agradavam.
A auditora fiscal aposentada
Valdeci dos Santos, 60, que veio
de Natal (RN), disse que estava
"indignada" com as propostas defendidas pelos petistas atualmente em relação à Previdência.
"Fico indignada porque votamos no PT acreditando que as
coisas iam mudar. O discurso que
a gente ouve é o mesmo dos governos anteriores", disse ela, que
veio junto com outros auditores
fiscais, de avião, em caravana organizada pela Unafisco -o sindicato nacional da categoria.
Como já está aposentada, a única medida da reforma que a afetará, caso o projeto seja aprovado, é
a contribuição de 11% sobre a fatia de seu salário que exceder o valor de R$ 1.440. Valdeci não quis
dizer o valor da aposentadoria.
O também auditor fiscal aposentado, João Carvalho, 78, votou
pela primeira vez no PT no ano
passado, em Lula. "Já me arrependi, PT nunca mais."
Para Carvalho, o governo petista é um misto de "prepotência" e
"má administração". Ele citou como exemplos a reforma previdenciária e a decisão do ministro
Ricardo Berzoini (Previdência)
de bloquear as aposentadorias de
pessoas com mais de 90 anos para
fazer um recadastramento.
Quando o painel eletrônico revelou o resultado, os servidores ficaram de costas para o plenário,
cantaram o hino nacional e saíram, enquanto o presidente da
Casa, José Sarney (PMDB-AP),
pedia silêncio.
No começo do dia, a oposição
havia criticado o reforço do esquema de segurança do Senado
que estaria dificultando o acesso
dos servidores às galerias. O PFL
chegou a anunciar que faria obstrução se as galerias não fossem liberadas.
(Fernanda Krakovics)
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