São Paulo, sexta-feira, 27 de dezembro de 2002

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SÃO PAULO

Eduardo Guardia, secretário do Tesouro Nacional e técnico ligado ao ministro de FHC, comandará a Fazenda

Alckmin terá nome de Malan no governo

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

Em mais uma etapa do processo de composição de seu secretariado, após a indicação de Andrea Calabi, 57, ligado a José Serra, para o Planejamento, o governador reeleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou ontem o economista Eduardo Refinetti Guardia, 36, secretário do Tesouro Nacional e próximo ao ministro Pedro Malan, para a Secretaria da Fazenda do Estado.
Com a indicação, Alckmin entrega um dos principais pilares de sua nova administração, o econômico, a tucanos do governo de Fernando Henrique Cardoso.
Guardia trabalhará junto de Calabi, ex-presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) que foi indicado pelo senador José Serra (PSDB), candidato derrotado dos tucanos à Presidência.
Pesou na escolha de Guardia o fato de ele ser paulista e ter atuado sob o comando de Malan, já que o Tesouro é subordinado ao Ministério da Fazenda.
Assim, a área econômica do novo governo tucano em São Paulo irá unir dois pólos do debate econômico que marcou parte da gestão de FHC no Planalto.
Serra e Calabi se opuseram à política de Malan à frente da Fazenda. Mas, segundo a Folha apurou, o futuro secretário do Planejamento, apesar de divergências, teria aprovado a indicação de Guardia para a vaga hoje ocupada por Fernando Maida Dall'Acqua, que deixa o cargo.
O futuro secretário da Fazenda paulista, doutor em economia pela USP (Universidade de São Paulo), assumiu o Tesouro em abril último e, segundo o governador do Estado, foi chamado para comandar as finanças de São Paulo por ser um técnico competente.
De acordo com Guardia, a meta será melhorar a eficiência da máquina na arrecadação de impostos, sem elevar as taxas.
"A primeira questão importante é avançarmos nos investimentos em tecnologia da informação, na modernização da administração tributária e financeira. Isso nos permitirá aumentar a transparência dos gastos e a eficiência da arrecadação", disse Guardia.
O governador disse que Dall'Acqua, nomeado pelo governador Mário Covas, morto no ano passado, cumpriu sua missão, que era ajustar as contas públicas.
Alckmin também confirmou ontem a manutenção de outros quatro de seus atuais secretários. Permanecerão Alexandre Moraes (Justiça), Jurandir Fernandes (Transportes Metropolitanos), Roberto Allegretti (Casa Militar) e José Goldemberg (Meio Ambiente). "Nós queremos ter pessoas de absoluta competência, "top" de linha", disse ele, após ter brincado com Guardia ao dizer que estava dando abrigo aos futuros "desempregados" de FHC.

Novos nomes
A entrada de integrantes do governo federal tucano na nova administração de Alckmin deve continuar. A composição do secretariado pode terminar somente na semana que vem.
Hoje pela manhã, novos nomes serão anunciados. A expectativa é que o ministro da Saúde, Barjas Negri, recomendado pelo núcleo paulista do PSDB, seja confirmado no primeiro escalão.
A Agricultura pode ficar com o deputado estadual tucano Duarte Nogueira, agrônomo e líder do governo na Assembléia.
Floriano Pesaro, que foi secretário do Programa Nacional de Bolsa-Escola do governo FHC, também está cotado para a área social. Ele integrou a campanha de Serra à Presidência. A manutenção de Moraes na Justiça atende desejo do PFL, que se coligou com os tucanos na eleição em São Paulo.


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