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SÃO PAULO
Eduardo Guardia, secretário do Tesouro Nacional e técnico ligado ao ministro de FHC, comandará a Fazenda
Alckmin terá nome de Malan no governo
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
Em mais uma etapa do processo
de composição de seu secretariado, após a indicação de Andrea
Calabi, 57, ligado a José Serra, para o Planejamento, o governador
reeleito de São Paulo, Geraldo
Alckmin (PSDB), anunciou ontem o economista Eduardo Refinetti Guardia, 36, secretário do
Tesouro Nacional e próximo ao
ministro Pedro Malan, para a Secretaria da Fazenda do Estado.
Com a indicação, Alckmin entrega um dos principais pilares de
sua nova administração, o econômico, a tucanos do governo de
Fernando Henrique Cardoso.
Guardia trabalhará junto de Calabi, ex-presidente do BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) que
foi indicado pelo senador José
Serra (PSDB), candidato derrotado dos tucanos à Presidência.
Pesou na escolha de Guardia o
fato de ele ser paulista e ter atuado
sob o comando de Malan, já que o
Tesouro é subordinado ao Ministério da Fazenda.
Assim, a área econômica do novo governo tucano em São Paulo
irá unir dois pólos do debate econômico que marcou parte da gestão de FHC no Planalto.
Serra e Calabi se opuseram à política de Malan à frente da Fazenda. Mas, segundo a Folha apurou,
o futuro secretário do Planejamento, apesar de divergências, teria aprovado a indicação de Guardia para a vaga hoje ocupada por
Fernando Maida Dall'Acqua, que
deixa o cargo.
O futuro secretário da Fazenda
paulista, doutor em economia pela USP (Universidade de São Paulo), assumiu o Tesouro em abril
último e, segundo o governador
do Estado, foi chamado para comandar as finanças de São Paulo
por ser um técnico competente.
De acordo com Guardia, a meta
será melhorar a eficiência da máquina na arrecadação de impostos, sem elevar as taxas.
"A primeira questão importante é avançarmos nos investimentos em tecnologia da informação,
na modernização da administração tributária e financeira. Isso
nos permitirá aumentar a transparência dos gastos e a eficiência
da arrecadação", disse Guardia.
O governador disse que Dall'Acqua, nomeado pelo governador Mário Covas, morto no ano
passado, cumpriu sua missão,
que era ajustar as contas públicas.
Alckmin também confirmou
ontem a manutenção de outros
quatro de seus atuais secretários.
Permanecerão Alexandre Moraes
(Justiça), Jurandir Fernandes
(Transportes Metropolitanos),
Roberto Allegretti (Casa Militar) e
José Goldemberg (Meio Ambiente). "Nós queremos ter pessoas de
absoluta competência, "top" de linha", disse ele, após ter brincado
com Guardia ao dizer que estava
dando abrigo aos futuros "desempregados" de FHC.
Novos nomes
A entrada de integrantes do governo federal tucano na nova administração de Alckmin deve
continuar. A composição do secretariado pode terminar somente na semana que vem.
Hoje pela manhã, novos nomes
serão anunciados. A expectativa é
que o ministro da Saúde, Barjas
Negri, recomendado pelo núcleo
paulista do PSDB, seja confirmado no primeiro escalão.
A Agricultura pode ficar com o
deputado estadual tucano Duarte
Nogueira, agrônomo e líder do
governo na Assembléia.
Floriano Pesaro, que foi secretário do Programa Nacional de Bolsa-Escola do governo FHC, também está cotado para a área social.
Ele integrou a campanha de Serra
à Presidência. A manutenção de
Moraes na Justiça atende desejo
do PFL, que se coligou com os tucanos na eleição em São Paulo.
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