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ACM e Temer decidem atrasar o pagamento da ajuda de custo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os presidentes do Senado Federal, Antonio Carlos Magalhães
(PFL-BA), e da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), decidiram só pagar a primeira parcela da ajuda de custo da
convocação extraordinária, que
se inicia segunda-feira, aos parlamentares que comparecerem à
primeira semana de trabalho.
De acordo com a resolução do
Congresso Nacional que define o
pagamento dos salários, a primeira parcela da ajuda de custo, correspondente a R$ 8.000, deve ser
depositada na conta dos parlamentares no início da convocação
extraordinária.
Temer e ACM, porém, decidiram não pagar antecipadamente a
parcela, que tradicionalmente é
depositada no primeiro dia da
convocação. "Se o sujeito não
comparecer, como é que vai ser?",
questionou ACM. "Só vai receber,
no final da semana, quem comparecer", completou o senador.
O salário extra deverá ser pago
na sexta-feira aos senadores e deputados que comparecerem às
sessões da próxima semana.
A fórmula adotada por Temer e
ACM visa garantir quórum nas
sessões conjuntas do Congresso,
normalmente esvaziadas, para
votar medidas provisórias editadas pelo presidente Fernando
Henrique Cardoso.
A Folha apurou que os dois
querem evitar críticas de que deputados e senadores estão recebendo salário extra, mas não
compareceram ao trabalho.
Resolução
Pela resolução do Congresso, os
parlamentares têm direito a dois
salários extras, no total de R$ 16
mil: um é pago no início da convocação, e o outro, no final.
A segunda parcela só é paga aos
parlamentares que comparecerem a pelo menos dois terços das
sessões da convocação extraordinária. Só são perdoadas as faltas
dos congressistas que se encontram em missão oficial da Câmara
ou do Senado.
Os parlamentares que faltarem
a mais de um terço das sessões
-alegando por problemas de
saúde, por exemplo- não recebem a segunda parcela da convocação extraordinária.
A convocação extraordinária
ocorre quando os parlamentares
são chamados a trabalhar durante
os períodos de recesso parlamentar (de 16 de dezembro a 14 de fevereiro e no mês de julho). Em
1998, 1999 e 2000, os parlamentares foram convocados uma vez.
O custo da convocação com o
pagamento dos salários extras de
deputados e senadores é atualmente de R$ 9,5 milhões. Os dois
salários são pagos independentemente do total de dias da convocação extraordinária. Nesta, por
exemplo, serão 17 dias -de 29 de
janeiro a 14 de fevereiro.
A presença dos parlamentares é
exigida nos dias de votações -às
terças, quartas e quintas-feiras.
Durante este período de convocação serão realizados oito dias de
sessões deliberativas.
(LUIZA DAMÉ e RAQUEL ULHÔA)
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