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São Paulo, terça-feira, 28 de janeiro de 2003

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AGENDA PETISTA

Planalto repassará R$ 2,2 bi para 18 governadores devido à transferência de rodovias federais aos Estados

Estados terão de sofrer ajuste, diz governo

SÍLVIA MUGNATTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, disse ontem que os Estados em dificuldades vão ter de passar por ajustes, mas não quis adiantar se o governo vai exigir esse esforço extra em troca das ajudas financeiras que estão sendo negociadas.
"Não tenho como dizer isso [se serão exigidas contrapartidas] agora", afirmou Levy.
Rio de Janeiro e Espírito Santo querem do Tesouro antecipações de recursos que deverão receber no futuro (participações na exploração de petróleo).
"Temos boa vontade com todos os Estados, mas eles vão ter de passar por ajustes", disse. O governo federal já tem o poder de exigir ajustes dos Estados por causa das metas fiscais negociadas nos contratos de renegociação das dívidas estaduais.

Rodovias
O governo deverá repassar R$ 2,2 bilhões para 18 governadores por causa da transferência de 16,890 mil quilômetros de rodovias federais para esses Estados. O prazo para que os governadores manifestassem interesse na transferência terminou ontem.
Seis Estados (PA, AP, AL, RJ, SP e SC) não quiseram receber as rodovias em troca de R$ 130 mil por quilômetro. Para receber o dinheiro, os governadores têm que desistir de questionar na Justiça a compensação pelos gastos feitos em rodovias federais.
Até agora, o Ministério dos Transportes repassou R$ 1,5 bilhão para 14 Estados. Outros quatro (CE, RN, MT e MS) ainda estão negociando com o governo. O ministério informou ontem que Minas Gerais e Espírito Santo foram os únicos Estados que já receberam tudo que pediram.
O dinheiro que falta, segundo o ministério, será liberado de acordo com a disponibilidade de caixa do governo. Acre, Distrito Federal e Sergipe não entraram na lista de candidatos aos recursos.
A medida provisória 82, que permitiu a negociação das rodovias, foi feita para ajudar Estados que estavam com dificuldades de pagar o 13º salário no final do ano passado, principalmente Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
Alguns Estados como o Rio Grande do Sul têm pressionado o governo para que a medida provisória seja modificada no Congresso. A idéia é permitir a negociação em torno dos gastos feitos pelos Estados em rodovias federais nos últimos anos. O secretário do Tesouro disse que não aceitará mudanças nas regras atuais. "A renúncia [às compensações] é essencial. O passado tem que estar esclarecido e limpo."


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