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CASO SILVEIRINHA
Afastamento de 7 profissionais, acusados de enviar US$ 33 mi para Suíça, foi determinado pela corregedoria
Receita afasta suspeitos, e apuração inclui mais 1 auditor
TALITA FIGUEIREDO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Os sete auditores fiscais da Receita Federal suspeitos de participar de um suposto esquema de
corrupção que enviou US$ 33,4
milhões para contas na Suíça foram afastados do trabalho por 60
dias, prorrogáveis por mais 60.
O afastamento foi anunciado
em portaria assinada na última
sexta pelo corregedor da Receita
Federal, Moacir Ferreira Leão. A
corregedoria incluiu ontem o nome da auditora fiscal Márcia Rodrigues da Rocha na investigação.
Pelo que foi apurado até agora,
o esquema envolveria oito auditores da Receita e quatro fiscais de
renda do Estado do Rio, entre eles
o subsecretário de Administração
Tributária da gestão do governador Anthony Garotinho (1999-abril de 2002), Rodrigo Silveirinha Corrêa. A auditora não foi incluída na lista dos afastados.
Por meio dos advogados Clóvis
Sahione e Paulo Ramalho, os suspeitos têm dito que não enviaram
dinheiro para a Suíça nem extorquiram empresas do Estado.
"Eles [os sete fiscais afastados]
não terão acesso às dependências
da Receita Federal ou a qualquer
documento da Receita, mesmo
que tenha sido produzido por um
deles. Essa é uma ação cautelar
que pode ser prorrogada", afirmou o corregedor da Receita.
Os auditores continuam recebendo salário, já que ainda não foram julgados e condenados pelo
suposto crime. Segundo o corregedor, a comissão de inquérito da
Receita já foi informada do afastamento, assim como os chefes dos
auditores. O corregedor estará no
Rio de Janeiro na quinta-feira para acompanhar a investigação.
A comissão de inquérito da corregedoria enviará esta semana ao
Ministério Público Federal no Rio
pedido para que sejam incluídos
na apuração os auditores, entre
eles Márcia Rodrigues da Rocha.
A corregedoria do órgão suspeita que ela e Maria Rodrigues da
Rocha, beneficiária da conta do
auditor Hélio Lucena Ramos da
Silva, sejam a mesma pessoa.
A Folha apurou que, no cadastro da Receita Federal, Marcia Rodrigues da Rocha consta com o
mesmo endereço, em Niterói (cidade a 14 km do Rio), e o mesmo
telefone de Ramos da Silva.
Outro fator considerado pela
corregedoria é a data de nascimento das duas, que difere só no
ano. Segundo documento da conta na Suíça, Maria nasceu em 21 de
setembro de 1957. De acordo com
a corregedoria, a auditora nasceu
em 21 de setembro de 1956.
A corregedoria considerou as
coincidências como "indícios
veementes" de que Márcia e Maria seriam a mesma pessoa.
A conta 182.358ZS, em nome de
Ramos da Silva, foi aberta em 23
de maio de 2002, com um depósito de US$ 98 mil. Hoje, haveria
US$ 476 mil na conta, bloqueada
pelo Ministério Público da Suíça.
A Folha tentou entrar em contato com a auditora no telefone de
sua casa, mas, até a conclusão desta edição, a reportagem não havia
conseguido localizá-la.
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