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São Paulo, terça-feira, 28 de janeiro de 2003

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VIAGEM PRESIDENCIAL

Em Berlim, presidente afirma que foi a Davos porque seu papel agora não é "apenas contestar", mas fazer

Lula diz não ser mais "militante da oposição"

Miguel Villa Gran/France Presse
O presidente Lula recebe do jogador de futebol brasileiro Luizão (dir.) camisa do time Hertha Berlin


ALCINO LEITE NETO
ENVIADO ESPECIAL A BERLIM

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem, em Berlim, que não é mais um "militante de oposição" e que sua tarefa agora "não é apenas contestar", mas realizar ações concretas.
A declaração foi feita durante um discurso informal no encontro com representantes da comunidade brasileira de Berlim, na Embaixada do Brasil na capital alemã. Ele explicava a cerca de 250 convidados por que foi ao Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, e também ao Fórum Econômico Mundial, em Davos- e como foi bem-recebido em ambos.
"A sociologia não previa que um mesmo ser humano pudesse ser respeitado em Porto Alegre e em Davos. Eu disse ao pessoal de Porto Alegre que iria a Davos porque não era mais um militante de oposição, mas o presidente de um país de 175 milhões de brasileiros. Então, eu não tinha mais que apenas contestar, eu tinha que fazer."
Lula afirmou que foi "muito respeitado" em Davos e que volta ao Brasil com "a alma lavada". "Vocês não vão ver o presidente da República chorando porque não pode fazer isso ou aquilo."
Em discurso que arrancou risos e aplausos da platéia, o presidente apresentou os ministros de sua comitiva à Europa. Estão acompanhando-no Antonio Palocci Filho (Fazenda), Celso Amorim (Relações Exteriores), Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) e Jaques Wagner (Trabalho).
Lula apresentou Palocci dizendo que ele "teve que renunciar a um mandato certo de quatro anos [como prefeito de Ribeirão Preto]" para aceitar um cargo que ele não sabe até quando dura.
Lula chegou anteontem à noite a Berlim e parte hoje de manhã para Paris. Ontem de manhã, o presidente recebeu a notícia de que uma torta havia sido lançada no presidente do PT, José Genoino -durante entrevista em Porto Alegre-, e disse que seu primeiro telefonema ao Brasil seria para o deputado, em solidariedade.
Às 16h, Lula reuniu-se com o presidente alemão, Johannes Rau, no Palácio Bellevue. Ao ser apresentado ao ministro da Fazenda brasileiro, o chefe de Estado alemão brincou: "Essa função é bem difícil". Lula respondeu: "Difícil, mas não impossível". O presidente jantou ontem com o chanceler alemão, Gerhard Schröder.


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