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Ministério Público abre novo inquérito
DA SUCURSAL DO RIO
O Ministério Público Estadual
abriu ontem mais um inquérito
contra os quatro fiscais de renda
suspeitos de enviar dinheiro para
a Suíça. Agora, é a 17ª Promotoria
de Investigação Penal que investigará se o grupo cometeu crime
contra a ordem tributária e concussão (extorsão praticada por
funcionário público).
É o quinto inquérito aberto neste mês. Há investigações nas polícias Civil e Federal, no Ministério
Público Federal e na Promotoria
de Defesa da Cidadania do Rio.
Ontem, o juiz Guilherme Lopes,
da 2ª Vara de Fazenda Pública,
bloqueou os bens dos fiscais, de
seus procuradores e de empresas
em que sejam sócios. Ele também
quebrou os sigilos fiscal e bancário do grupo de suspeitos.
"Vamos levantar se os fiscais tinham patrimônio compatível
com a renda", disse a promotora
Cláudia Perlingeiro.
Na 17ª Promotoria Fazendária,
os promotores Adriana Schenkel
e Daniel Braz pediram à Secretaria de Fazenda a relação das ações
fiscais da Inspetoria de Grande
Porte entre 1999 e abril de 2002,
quando teria ocorrido o envio de
US$ 33,4 milhões para a Suíça.
Os promotores pediram cópias
dos processos de cancelamento
da multa de R$ 468 milhões da
Coca-Cola, ocorrido no governo
Benedita da Silva (PT), e de fusão
dos supermercados Dallas, Rainha e Continente.
Eles também querem estudar
um processo envolvendo a Light.
Em 1999, a companhia revelou
que estava sendo vítima de uma
extorsão supostamente praticada
por fiscais. O caso foi arquivado
pelo Ministério Público.
O secretário de Planejamento e
Controle do Rio, Fernando Lopes,
negou ontem envolvimento com
os fiscais. O nome dele foi citado
em conversa entre diretores da
Light e um suposto intermediário
dos fiscais. O diálogo, gravado pela empresa, integrava o inquérito
arquivado pela Promotoria.
Lopes, que em 1999 era secretário de Fazenda, disse que as gravações começaram em setembro
daquele ano e ele assumiu a pasta
em outubro. Afirmou que procurou o Ministério Público, abriu
uma sindicância administrativa e
afastou dois fiscais suspeitos.
"Acabei passando de denunciante para envolvido", disse ele.
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