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São Paulo, terça-feira, 28 de janeiro de 2003

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Ministério Público abre novo inquérito

DA SUCURSAL DO RIO

O Ministério Público Estadual abriu ontem mais um inquérito contra os quatro fiscais de renda suspeitos de enviar dinheiro para a Suíça. Agora, é a 17ª Promotoria de Investigação Penal que investigará se o grupo cometeu crime contra a ordem tributária e concussão (extorsão praticada por funcionário público).
É o quinto inquérito aberto neste mês. Há investigações nas polícias Civil e Federal, no Ministério Público Federal e na Promotoria de Defesa da Cidadania do Rio.
Ontem, o juiz Guilherme Lopes, da 2ª Vara de Fazenda Pública, bloqueou os bens dos fiscais, de seus procuradores e de empresas em que sejam sócios. Ele também quebrou os sigilos fiscal e bancário do grupo de suspeitos.
"Vamos levantar se os fiscais tinham patrimônio compatível com a renda", disse a promotora Cláudia Perlingeiro.
Na 17ª Promotoria Fazendária, os promotores Adriana Schenkel e Daniel Braz pediram à Secretaria de Fazenda a relação das ações fiscais da Inspetoria de Grande Porte entre 1999 e abril de 2002, quando teria ocorrido o envio de US$ 33,4 milhões para a Suíça.
Os promotores pediram cópias dos processos de cancelamento da multa de R$ 468 milhões da Coca-Cola, ocorrido no governo Benedita da Silva (PT), e de fusão dos supermercados Dallas, Rainha e Continente.
Eles também querem estudar um processo envolvendo a Light. Em 1999, a companhia revelou que estava sendo vítima de uma extorsão supostamente praticada por fiscais. O caso foi arquivado pelo Ministério Público.
O secretário de Planejamento e Controle do Rio, Fernando Lopes, negou ontem envolvimento com os fiscais. O nome dele foi citado em conversa entre diretores da Light e um suposto intermediário dos fiscais. O diálogo, gravado pela empresa, integrava o inquérito arquivado pela Promotoria.
Lopes, que em 1999 era secretário de Fazenda, disse que as gravações começaram em setembro daquele ano e ele assumiu a pasta em outubro. Afirmou que procurou o Ministério Público, abriu uma sindicância administrativa e afastou dois fiscais suspeitos.
"Acabei passando de denunciante para envolvido", disse ele.


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