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EUA são ameaça à paz, diz Chomsky
PAULO DANIEL FARAH
ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE
Em uma conferência que reuniu
mais de 20 mil pessoas no estádio
do Gigantinho, em Porto Alegre,
o linguista norte-americano
Noam Chomsky afirmou que os
Estados Unidos e o Reino Unido
"querem desesperadamente promover uma guerra contra o Iraque" e que Washington é a "principal ameaça à paz mundial", incluindo os países da América Latina e da África.
"Os Estados Unidos estão virando uma ameaça a si e à humanidade com este governo", afirmou
Chomsky. "Querem controlar o
Oriente Médio como a região petrolífera mais importante do
mundo, mas querem dominar regiões mais estáveis, como a América Latina e a África", que podem
ser futuros alvos de ataques, segundo o linguista, se rejeitarem
determinações dos EUA.
Chomsky é uma das principais
vozes opositoras a uma ação militar no Iraque.
Na análise dele, "as atrocidades
terroristas do 11 de setembro criaram o pretexto para que os Estados Unidos tomem controle dos
recursos petrolíferos do Iraque. O
Estado mais poderoso da história
do mundo proclamou em alto e
bom som que pretende dominar
o mundo pela força. A guerra no
Iraque vai ensinar algumas lições
sobre o que o futuro reserva
quando o império resolver lançar
uma nova guerra".
O intelectual também criticou o
que descreveu como uma "campanha de propaganda" contra o
Iraque.
Chomsky elogiou o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra), que descreveu como um dos movimentos "mais
importantes do mundo", e o governo Lula.
"Nas eleições mais livres do hemisfério, a imensa maioria votou
por políticas que contrariam o
FMI [Fundo Monetário Internacional]. Em anos anteriores, diriam que era para criar um Estado
assassino. Mas isso não é mais
possível."
O linguista ironizou as relações
entre o Fórum Social Mundial e o
Fórum Econômico Mundial, que
se realiza na Suíça, e disse que
"quanto mais cresce o ânimo aqui
mais o ânimo diminui lá [em Davos]". Além de Chomsky, participou da conferência a escritora
Arundathi Roy, da Índia.
Ameaça de bomba
Uma ameaça de bomba levou a
polícia a esvaziar o prédio 40 da
PUC de Porto Alegre. Foi encontrada uma caixa, que a polícia
submeteu a testes sem abrir, a
princípio. Afirmou, inicialmente,
que havia metal e corrente elétrica
no interior. Mais tarde, quando
ela foi aberta, revelou que dentro
havia um relógio coberto de areia.
Finalmente, a polícia concluiu
que o objeto não oferecia perigo.
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