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CÂMARA
Rejeição da bancada tucana a petista é de 80%, diz presidente do partido
PSDB resiste a apoiar Greenhalgh
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Diante da briga interna do PT
pela presidência da Câmara dos
Deputados, o presidente do
PSDB, senador Eduardo Azeredo
(MG), afirmou ontem que o partido não tem como exigir que seus
deputados votem no candidato
oficial, deputado Luiz Eduardo
Greenhalgh (PT-SP). Ele ainda
disse que a resistência na bancada
tucana a Greenhalgh é de 80%.
A direção petista também admite que haverá novas traições à
candidatura oficial do partido e
que tem o apoio do Planalto, em
prol do dissidente, Virgílio Guimarães (PT-MG), que decidiu seguir com sua candidatura avulsa à
presidência da Câmara.
A campanha de Greenhalgh trabalha com uma margem de cinco
a sete integrantes da bancada de
90 que, apesar de terem assinado
manifesto em favor dele, irão virar a casaca e se aliar a Virgílio.
Isso só ocorrerá, naturalmente,
se o voto para presidente, no dia
14 de fevereiro, for mesmo secreto, o que é a tendência atual.
Até agora, três deputados federais petistas já contrariam a indicação oficial da bancada de apoiar
Luiz Eduardo Greenhalgh. Além
de Virgílio, são eles Ivo José (MG)
e José Boeira (SC).
Para Azeredo, "existe uma posição doutrinária do PSDB de respeito à proporcionalidade, mas,
como há briga no maior partido, a
decisão agora passa a ser dos deputados. Há resistência muito
grande a Greenhalgh. Entre os deputados do PSDB ela é de 80%."
A praxe tanto da Câmara quanto do Senado é que o maior partido indique o presidente da Casa.
Na Câmara, o direito é do PT e, no
Senado, do PMDB.
O hábito do PT de lançar candidatos avulsos quando era minoritário se repete agora, quando tem
o direito de ocupar a presidência.
Virgílio Guimarães (PT-MG) insiste em ser candidato, mesmo
sem o respaldo do partido.
"O PSDB se manifestou no sentido de respeitar a proporcionalidade, mas a briga interna do PT
reabriu o assunto. A decisão agora é dos deputados. Os votos podem ir para Virgílio ou para [José
Carlos] Aleluia [PFL-BA]", disse
Eduardo Azeredo.
Ele negou, no entanto, que o
PSDB esteja dando o troco à traição do PT na eleição para a presidência da Câmara Municipal de
São Paulo. Os petistas apoiaram o
tucano Roberto Tripoli, mas o nome oficial do PSDB era Ricardo
Montoro. "A questão de São Paulo está superada", disse o senador.
(FERNANDA KRAKOVICS E FÁBIO ZANINI)
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