São Paulo, sexta-feira, 28 de janeiro de 2005

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Países propõem criação de grupo alternativo a Davos e Porto Alegre

DO ENVIADO ESPECIAL A DAVOS

O "Processo de Helsinque", que se propõe como ponte entre Davos e Porto Alegre, lançou ontem a idéia de criação de um G20, grupo de 20 países, entre desenvolvidos e em desenvolvimento, para tornar a globalização mais eqüitativa e mais democrática.
O "Processo de Helsinque" é iniciativa dos governos da Tanzânia e da Finlândia, cuja capital empresta o nome ao grupo, e aproveitou o fórum de Davos para se apresentar à sociedade global. Principal proposta, o G20 seria "mecanismo efetivo de coordenação para a governança global", segundo a ministra finlandesa de Comércio e Desenvolvimento, Paula Lehtomaki, e o presidente tanzaniano, Benjamin Mkapa.
Marta Suplicy, a ex-prefeita de São Paulo, é membro do grupo.
O próximo passo é reunião de cúpula em setembro na capital finlandesa. Parece óbvio que o Brasil é candidato natural a participar do grupo, até porque a proposta de democratizar a governança global é compartilhada pelo governo brasileiro desde o período Fernando Henrique Cardoso.
O presidente Mkapa explica que o grupo tem quatro alvos para corrigir "a globalização desigual": justiça econômica, regras comerciais justas, envolvimento da sociedade civil e reestruturação das instituições financeiras internacionais. Não é diferente do que propõe Porto Alegre.
O governo canadense também está ativamente envolvido na tarefa de reunir líderes que não sejam apenas os do G8 (do qual, aliás, o Canadá é parte), o que torna a proposta menos romântica.
"Se houver maior representatividade, por meio de um G20, em vez de G8, o formato da agenda global também mudará", acredita Richard Samans, diretor-gerente do Instituto Global para a Parceria e a Governança, do Fórum Econômico Mundial. (CR)


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