São Paulo, sábado, 28 de fevereiro de 2004

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PAINEL

Carona positiva
O Planalto contará com governadores e prefeitos aliados para montar a "agenda positiva" de Lula. Com escassez de obras federais em fase de conclusão, o presidente poderá cortar a fita de inaugurações estaduais e municipais na tentativa de encerrar o assunto Waldomiro Diniz.

Palanque gratuito
Ronaldo Lessa (PSB-AL) convidou Lula e José Dirceu para a festa de inauguração do novo sistema de abastecimento de água de Maceió, obra que levou dez anos para ser concluída.

Manga arregaçada
De volta a Brasília depois de férias curtas em Israel, Luiz Gushiken (Comunicação de Governo) teve reunião ontem com o marqueteiro Duda Mendonça. Para o ministro, está mais do que na hora de retomar uma agenda de governo extra-Waldomiro.

Mês das noivas
Se confirmadas as previsões oficiais, o presidente da Câmara, João Paulo Cunha, terá nova interinidade no Planalto em maio, quando Lula estará na China, e José Alencar, na Rússia.

Sorte grande
O ano passado foi mesmo próspero para a GTech no Brasil. Além de renovar seu milionário contrato com a Caixa Econômica Federal, a multinacional do ramo de loterias recebeu R$ 468 mil em devolução de pagamentos excedentes ao INSS.

Curiosidade histórica
A medida provisória baixada por Lula para proibir os bingos leva o número 168. É o mesmo da editada por Fernando Collor, em 15 de março de 1990, para confiscar depósitos bancários.

Colchão duro
Senador por dez dias, o empresário Mário Calixto Filho entregou-se à Justiça de Rondônia anteontem. Cumprirá pena de um ano e 20 dias em regime semi-aberto por crime eleitoral. Sua estratégia é limpar a ficha para voltar ao Senado em 2005.

Jogo das cadeiras
Mário Calixto Filho teve a posse anulada em 5 de fevereiro, apenas dez dias depois de assumir no lugar de Amir Lando, agora ministro da Previdência. O empresário está com os direitos políticos suspensos por ter condenação criminal no STF.

O iluminado
O edifício paulistano onde o ministro José Dirceu tem apartamento, na Vila Clementino, é o único de sua rua contemplado com a nova iluminação da prefeitura -a luz amarela das lâmpadas de vapor de sódio que, no entender de Marta Suplicy, tornarão a cidade mais segura.

Outro lado
Segundo a prefeitura, não houve favorecimento a Dirceu. A troca, alega a administração, pode ter sido feita por causa de uma lâmpada queimada. Em parceria com a União, a gestão Marta já trocou 20% das 500 mil lâmpadas brancas pelas amarelas, mais econômicas e duráveis.

Espera sem fim
Na próxima terça, servidores federais farão manifestação em frente ao Ministério do Trabalho em protesto contra o ritmo arrastado da investigação do assassinato dos fiscais em Unaí (MG). Um mês depois do crime, não há presos nem indiciados.

Só no camarote
Aécio Neves irá hoje ao sambódromo prestigiar o desfile das campeãs, mas não voltará a desfilar pela Mangueira. O governador de Minas terá a companhia de Caetano Veloso e do presidente do BID, Enrique Iglesias.

Correção política
Em convênio com entidades do Distrito Federal, o ministro Eunício Oliveira (Comunicações) contratou 60 deficientes físicos para trabalhar na digitação de processos em sua pasta.

TIROTEIO

Do prefeito de Aracaju, Marcelo Déda (PT), sobre a estratégia oposicionista de usar o caso Waldomiro contra candidatos petistas na eleição municipal:
-A oposição tocará samba de uma nota só na tentativa de transformar ferida em hemorragia. Mas o governo e o PT têm lideranças fortes e cacife político para reverter o desgaste e conseguir bons resultados na eleição.

CONTRAPONTO

Problema a menos

Estabelecida durante o governo de Orestes Quércia (1987-1991), a autonomia das universidades paulistas foi precedida por acaloradas discussões no meio acadêmico e também no Palácio dos Bandeirantes.
Embora a autonomia política e administrativa dessas instituições tivesse sido conquistada na Constituição de 1988, setores da administração estadual opunham resistência à concessão de independência financeira.
Durante uma reunião para tratar do assunto, o governador levantou-se da cadeira, perambulou pela sala e dirigiu uma pergunta a José Goldemberg, na época reitor da USP:
-Se concedermos a autonomia financeira às universidades, em qual porta os professores irão bater para protestar por aumento de salário?
-Na das reitorias- respondeu Goldemberg sem hesitar.
-Então está topado!


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