São Paulo, sábado, 28 de fevereiro de 2004

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ELEIÇÕES 2004

Tucano mais bem avaliado nas pesquisas, ex-ministro descarta concorrer à sucessão de Marta Suplicy em SP

Serra diz que só disputará eleição em 2006

JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-senador José Serra, presidente nacional do PSDB, afirmou ontem, em São Paulo, que será candidato apenas em 2006 e que seu partido não utilizará a estratégia do "quanto pior, melhor" no caso Waldomiro Diniz.
Serra é o tucano mais bem colocado nas pesquisas de intenção de voto para a Prefeitura de São Paulo. Questionado pela Folha sobre a possibilidade de disputar a eleição deste ano, ele respondeu: "Esse assunto [eleição em 2004] não está colocado. Mas você não se preocupe que em 2006 você vai ter a chance de votar em mim".
Em seguida, Serra afirmou que ainda não decidiu a qual posto irá concorrer. As eleições de 2006 incluem, além da sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pleitos para os governos estaduais, Senado, Câmara dos Deputados e Assembléias Legislativas.
O ex-senador e ex-ministro do Planejamento (1995-1996) e da Saúde (1998-2002) no governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) convocou entrevista coletiva ontem à tarde, na sede de uma produtora de TV da capital, para criticar a política econômica de Lula -que o derrotou no segundo turno da eleição de 2002.
Segundo o tucano, o partido não fará do caso Waldomiro Diniz o foco de sua campanha neste ano. "Para nós, esse episódio Waldomiro, Zé Dirceu [ministro da Casa Civil], não tem uma conotação eleitoral. Nossa preocupação é o país. O governo se enfraquecer por questões de natureza ética não é bom para o Brasil." Mas disse que Lula não "pode negar que o problema não existe".
Ao lado de Serra, Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB no Senado, foi mais duro ao comentar o episódio envolvendo Waldomiro, ex-assessor da Casa Civil flagrado pedindo propina a um empresário do jogo em 2002: "Nós não lidamos com bicheiros no governo FHC. Se eu tivesse que comparar o presidente Lula a uma figura histórica, eu compararia à Maria Antonieta. Ele não está preocupado com o impacto da crise na economia ou com o aspecto moral. Ele está preocupado com o impacto na popularidade dele".
A austríaca Maria Antonieta (1755-1793) foi a última rainha da França. Famosa pela insensibilidade social, evidenciada por seu comentário sobre as reclamações da população, de que não tinha nem pão para comer ("se não têm pão, que comam brioches"), acabou sendo guilhotinada em 1793.
Virgílio afirmou que defenderá a criação de uma CPI que investigue as loterias no governo FHC.


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