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Painel
Bomba-relógio
O péssimo resultado das contas públicas em 97 assustou os
aliados de FHC. Governadores,
com Covas à frente, pressionam
pela queda rápida dos juros. Argumento: se os Estados foram
mal em 97, a atual taxa pode piorar muito o resultado de 98.
Testemunha ocular
De Iris Rezende (Justiça), duvidando das articulações de Itamar Franco para tentar se candidatar à Presidência: "Fernando
Henrique demonstra muito
mais interesse em ter o apoio do
PMDB do que o ex-presidente".
Primeiro round
Se os governistas do PMDB
vencerem a convenção e tirarem
Paes de Andrade da presidência
da sigla, Quércia teme ser a próxima vítima. Avalia que, com o
controle nacional do partido, os
governistas jogarão para tirar a
seção paulista de suas mãos.
Segundo round
No final de maio, devem se
realizar as convenções estaduais
do PMDB. Quem tiver o controle nacional do partido ganha
uma arma poderosa para tentar
vencer os encontros regionais.
Pura maldade
Pefelistas dizem que os oposicionistas do PMDB contam com
a simpatia velada de Inocêncio
Oliveira. Se o partido deixar o
barco de FHC, aumentariam as
chances de ele realizar seu projeto de presidir a Câmara em 98.
Aeroporto 98
Quércia estuda a idéia de o
PMDB paulista fretar um avião
para levar os convencionais a
Brasília para a convenção. O cacique iria junto para o corpo-a-corpo de última hora.
Dívida vencida
Os aliados peemedebistas de
FHC apresentaram a fatura ao
governador Paulo Affonso (SC),
que ameaça apoiar a candidatura própria à Presidência: não
fosse o Planalto, sua cabeça teria
rolado na CPI dos Precatórios.
Mercado fraco
Covas está tendo dificuldade
para achar os substitutos dos secretários que vão sair do cargo a
fim de disputar a eleição.
Humor asiático
A maior preocupação atual da
equipe econômica não é o Japão,
cujos bancos divulgam seus balanços em abril. É uma desvalorização cambial na China, que
provocaria reação em cadeia de
consequências imprevisíveis.
Desespero de causa
Os servidores públicos não desistem. Na semana que vem, voltam a recepcionar os parlamentares que chegam a Brasília com
panfletos contra a reforma da
Previdência e muito barulho.
Discurso para a xiitada
Presidente do PT paulista, Antonio Palocci (taxado de privatizante pelos radicais quando foi
prefeito de Ribeirão Preto) fala
que o partido estuda seriamente
defender a revisão da privatização de empresas "que não atendam ao interesse público".
Não precisa espalhar
Em sua próxima reunião, a
Executiva Nacional do PSB devolverá o controle do partido em
Belo Horizonte (MG) ao prefeito
Célio de Castro. Mas repreenderá Ademir Andrade (PA), que
chamou Arraes de "coronel".
Prevenção petista
Genoino (PT-SP) fixou uma
placa na porta de seu gabinete:
"Não insista: não fornecemos
ajuda financeira, não fornecemos carta de apresentação, não
queremos comprar nada".
Arbitragem mundial
O embaixador brasileiro Celso
Lafer será um dos três juízes da
comissão da Organização Mundial do Comércio que vai analisar o pedido dos EUA para restrição das exportações da Índia.
Dos males, o menor
Embora ache que o Plano Nacional de Direitos Humanos
"virou fumaça", Nilmário Miranda (PT) diz que José Gregori
ainda é a melhor saída interna
para a substituição de Iris Rezende (Justiça). A PF se opõe.
Medo de vexame
Alguns deputados federais do
PMDB paulista pensam em não
disputar a reeleição. Apesar das
defecções que a bancada já sofreu no final do ano passado,
avaliam que ela cairá ainda mais
com as eleições de outubro.
TIROTEIO
De Valdemar Costa Neto (PL),
sobre a dívida pública de União,
Estados e municípios ter dobrado durante o governo FHC:
- O Fernando Henrique fica
tentando desmoralizar o Itamar,
mas devia lembrar que recebeu
dele um resultado fiscal bem
melhor do que o atual.
CONTRAPONTO
Entre a cruz e a espada
Durante a discussão da lei ambiental, os deputados evangélicos implicaram com um artigo
que proibia o barulho excessivo.
Alegavam que ele impediria a
realização dos cultos religiosos.
A pressão surtiu efeito, e o artigo acabou vetado pelo presidente. Mas, antes disso, os evangélicos promoveram uma verdadeira cruzada contra o projeto.
Preocupado com a radicalização das posições, o ministro da
Justiça, Iris Rezende, decidiu
chamar os deputados e os técnicos do ministério para uma reunião na qual tentaria aparar as
divergências.
Não deu certo. Os técnicos não
aceitaram a acusação de perseguição religiosa. Os deputados
nem queriam ouvir falar em soluções como revestimento acústico dos templos. Quando os
ânimos estavam mais exaltados,
Iris Rezende, que é evangélico,
interveio, solene:
- Meus irmãos, vamos fazer
uma oração e pedir a orientação
divina.
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