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Rio dá prazo de um mês para a União
LUIZ ANTÔNIO RYFF
enviado especial a Brasília
O governador do Rio, Anthony
Garotinho (PDT), 38, insiste em
renegociar a dívida do seu Estado
com a União e deu um prazo até o
final do próximo mês para o começo da concretização das promessas
feitas pelo presidente Fernando
Henrique Cardoso na reunião de
anteontem com os governadores.
Embora o ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, tenha
reafirmado a recusa em renegociar
a dívida com os Estados, Garotinho deve encaminhar ainda esta
semana -provavelmente amanhã- um pedido formal para que
o acordo do Rio de Janeiro com a
União seja retirado do Senado, onde aguarda aprovação.
Usando essa brecha, ele quer forçar uma nova renegociação com o
governo federal. O Rio vem pagando suas parcelas de dívidas de contratos anteriores.
Desde janeiro, Garotinho tenta,
com os senadores que integram a
CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), negociar a suspensão da
votação do acordo, que foi assinado por Marcello Alencar (PSDB),
antecessor do pedetista, em meados do ano passado.
Esse acordo engloba cerca de R$
12 bilhões da dívida. Garotinho
quer que ele abarque o montante
total: R$ 22 bilhões.
Ele também pleiteia que o comprometimento da receita líquida
no pagamento das parcelas mensais continue sendo de 6,28%
-como nos acordo antigos-, em
vez dos 14% previstos no novo
acordo. Caso contrário, segundo o
governador do Rio, a dívida será
""impagável".
Mesmo reconhecendo que o encontro com o presidente rendeu
mais dividendos dos que os esperados pelos governadores de oposição, Garotinho acredita que o resultado ainda é insuficiente. Ele
saiu da reunião com FHC afirmando que a renegociação é ""uma
questão de honra" para ele.
Eles receiam que o governo federal possa estar querendo ganhar
tempo com as concessões oferecidas. Se perceber que o governo fez
promessas apenas para protelar
uma solução para a crise e que o esforço de entendimento era só uma
fachada, Garotinho ameaça radicalizar. Ele deu um prazo até o final
do mês para que os resultados da
reunião comecem a aparecer.
A Folha apurou que, em Brasília,
Garotinho teve um diálogo duro
com o ministro da Fazenda, Pedro
Malan, com quem entrou conversando na sala de reunião na Granja
do Torto. Ele voltou a dizer que a
capacidade do governo do Rio de
manter o pagamento da dívida
sem comprometer a administração não passa de março.
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