São Paulo, segunda-feira, 28 de março de 2005

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PAINEL

Chumbo trocado
Emparedado pela decisão de Severino Cavalcanti (PP-PE) de levar a plenário amanhã a MP 232, o governo já tem pronta sua estratégia para tentar desgastar o presidente da Câmara. Caso ele não aceite postergar a votação, vai trabalhar para enterrar de vez a reforma tributária.

Palavra rachada
Severino assumiu compromisso com prefeitos e governadores de aprovar esta semana o texto, que aumenta recursos dos municípios. Ontem, oposição e governistas diziam ser impossível votar a "MP dos impostos" e a reforma até quinta-feira.

Play off
Severino e o governo também se trombam na disputa pela vaga de ministro do TCU, quarta. Apoiado pelo presidente da Câmara, Augusto Nardes (PP-RS) corre por fora contra os favoritos José Pimentel (PT-CE), nome apoiado pelo Planalto, e Osmar Serragilio (PMDB-PR).

Nas alturas
Eduardo Suplicy (PT-SP) tem recomendado aos colegas do Senado o filme "O Aviador". Acha que o longa pode servir como um manual de conduta dos parlamentares na crise das aéreas brasileiras. Hoje, ele se reúne com a direção da Varig.

Grama do vizinho
O assessor especial da Presidência Marco Aurélio Garcia diz ter saído com "certa inveja" da visita que fez recentemente ao presidente Tabaré Vázquez, do Uruguai, onde a coalizão de esquerda tem amplo apoio. O giro incluiu também Argentina, República Dominicana e Panamá.

Preço da pizza
Se não houver novo adiamento, o Tribunal Regional Federal em São Paulo julga hoje recurso no processo sobre evasão de divisas e lavagem de dinheiro no caso do TRT-SP. Eventual prescrição pode levar à devolução, para o ex-juiz Lalau, dos US$ 4 milhões bloqueados na Suíça.

Tempo para respirar
As primeiras CPIs a serem instaladas na Assembléia paulista pela nova Mesa Diretora devem passar ao largo de pontos caros a Geraldo Alckmin (PSDB), como a crise na Febem. Meio ambiente, multas de radares e telefonia são os temas mais cotados para encabeçar as investigações.

Shake hands
Deverá ocorrer nesta semana o primeiro encontro entre o tucano Geraldo Alckmin e o novo presidente da Assembléia paulista, Rodrigo Garcia. O deputado estadual pefelista foi eleito no dia 15 à revelia do governador, que apoiava Edson Aparecido.

Pavimentação
A prefeitura paulistana busca apoio de Alckmin a um projeto de grande visibilidade para os tucanos em 2006, a recuperação das marginais. Sem nenhum centavo empenhado até fevereiro para a obra, José Serra negocia com o governador ajuda de aproximadamente R$ 400 mi.

Sem reciprocidades
O deputado estadual Joares Ponticelli (PP-SC) diz que o PT abriu mão da relatoria da CPI da Sapatilha, que investigará o Bolshoi, para evitar suspeição do relatório final. Não crê que o governador Luiz Henrique (PMDB), criador da escola, venha a apoiar a reeleição de Lula.

Impacto social
A Prefeitura de Foz do Iguaçu (PR) reivindica medidas para compensar a repressão ao mercado de sacoleiros em Ciudad Del Este. Teme represálias aos 400 mil brasileiros que vivem no Paraguai e maior desemprego e criminalidade no município.

Sacola de bondades
Com o apoio do PT paranaense, o prefeito Paulo Mac Donald Ghisi (PDT) fala em "caos social" na região e pede a duplicação da cota de compras no Paraguai para "verdadeiros turistas", hoje em US$ 150,00.

TIROTEIO

Do jurista Fábio Comparato sobre o ministro Aldo Rebelo dizer que Severino Cavalcanti demonstrou "preocupações com os interesses do país" ao aprovar a Lei de Biossegurança:
-Foi só ato de ofício. Essa lei deveria ser submetida ao referendo popular, como prega a Campanha Nacional em Defesa da República e da Democracia.

CONTRAPONTO

Simples assim

O episódio se deu quando o senador Heráclito Fortes, do PFL do Piauí, percorria de carro a estrada que liga Teresina, capital do Estado, a Parnaíba, cidade litorânea localizada no delta do rio do mesmo nome, que em quase toda a sua extensão faz divisa com o Maranhão.
A viagem seguia sem maiores percalços, até que o senador teve de parar em determinado ponto em conseqüência de uma operação de conserto na rodovia.
De temperamento bem-humorado e sempre disposto a um dedo de prosa, Fortes resolveu descer do carro e perguntar aos operários se aquela era mais uma das operações tapa-buraco em curso nas estradas:
- Não é tapa-buraco, é enche-bolso-, respondeu um dos homens que ali trabalhavam.
- Enche-bolso de quem?-, continuou o senador-repórter.
- Dos mesmos.
E encerrou a conversa.


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