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Oposição vê governo acuado após mudança
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A queda de Antônio Palocci
da Fazenda levou a oposição a
radicalizar o discurso e prometer um ataque sem trégua ao
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva. A opção por Guido Mantega para substituí-lo foi classificada como "morna" pelos
oposicionistas, e sintoma de
um governo acuado. Atordoados, petistas confessavam ontem não ter muito o que dizer.
A oposição agora tem duas
prioridades. Primeiro, a retomada de investigações que ficaram em segundo plano com o
Paloccigate, como o contrato
do filho do presidente Fábio
Lula da Silva com a Telemar e
as atividades do presidente do
Sebrae (Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas
Empresas), Paulo Okamotto.
A segunda é exigir punição
exemplar para Palocci e o presidente da Caixa Econômica
Federal, Jorge Mattoso.
"Eles [Palocci e Mattoso] são
candidatos a presidiários. Violaram o sigilo de um caseiro. A
pena é reclusão de um a quatro
anos", disse o senador Antero
Paes de Barros (PSDB-MT).
"O governo acabou. O presidente da Caixa tem de ser punido criminalmente por ter infringido a Constituição", disse
o presidente nacional do PSDB,
senador Tasso Jereissati (CE).
Integrante da CPI dos Correios, o deputado ACM Neto
(PFL-BA) disse que haverá
agora maior contundência da
oposição. "Espero que nós da
oposição tenhamos juízo para
não repetir o erro do ano passado, quando vieram à tona as
revelações do publicitário Duda Mendonça e o presidente foi
protegido", afirmou.
Do lado petista, o clima era de
velório. O líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS), não
quis comentar. "Quero aguardar e ter mais informações, devido à delicadeza do tema".
Foi a mesma reação do ex-ministro José Dirceu: "Voltei
de viagem hoje [ontem]. Não
quero comentar."
O presidente do PT, Ricardo
Berzoini, admitiu que haverá
prejuízo eleitoral. "O caso evidentemente não traz nenhuma
satisfação".
(FÁBIO ZANINI, CYNTHIA GARDA E ADRIANO CEOLIN)
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