São Paulo, terça-feira, 28 de março de 2006

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Oposição vê governo acuado após mudança

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A queda de Antônio Palocci da Fazenda levou a oposição a radicalizar o discurso e prometer um ataque sem trégua ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A opção por Guido Mantega para substituí-lo foi classificada como "morna" pelos oposicionistas, e sintoma de um governo acuado. Atordoados, petistas confessavam ontem não ter muito o que dizer.
A oposição agora tem duas prioridades. Primeiro, a retomada de investigações que ficaram em segundo plano com o Paloccigate, como o contrato do filho do presidente Fábio Lula da Silva com a Telemar e as atividades do presidente do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Paulo Okamotto.
A segunda é exigir punição exemplar para Palocci e o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso.
"Eles [Palocci e Mattoso] são candidatos a presidiários. Violaram o sigilo de um caseiro. A pena é reclusão de um a quatro anos", disse o senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT).
"O governo acabou. O presidente da Caixa tem de ser punido criminalmente por ter infringido a Constituição", disse o presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE).
Integrante da CPI dos Correios, o deputado ACM Neto (PFL-BA) disse que haverá agora maior contundência da oposição. "Espero que nós da oposição tenhamos juízo para não repetir o erro do ano passado, quando vieram à tona as revelações do publicitário Duda Mendonça e o presidente foi protegido", afirmou.
Do lado petista, o clima era de velório. O líder do PT na Câmara, Henrique Fontana (RS), não quis comentar. "Quero aguardar e ter mais informações, devido à delicadeza do tema".
Foi a mesma reação do ex-ministro José Dirceu: "Voltei de viagem hoje [ontem]. Não quero comentar."
O presidente do PT, Ricardo Berzoini, admitiu que haverá prejuízo eleitoral. "O caso evidentemente não traz nenhuma satisfação". (FÁBIO ZANINI, CYNTHIA GARDA E ADRIANO CEOLIN)

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