São Paulo, quarta-feira, 28 de março de 2007

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PT reage à perda de cargos em ministérios

FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ameaçado de perder vários apadrinhados em cargos de segundo e terceiro escalão, o PT se insurgiu contra a chamada "política da porteira fechada", pela qual todos os cargos de um ministério são indicados pelo partido que o controla.
Legendas como PP, PR e PMDB dizem ter obtido aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para acabar com o fatiamento de suas pastas. "A responsabilidade do partido pelo ministério é integral pelo que ficou acertado com Lula", disse o líder do PP na Câmara, Mário Negromonte.
Casos famosos de disputas internas dentro de ministérios e estatais no primeiro mandato de Lula ocorreram nos Correios, no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal, gerando crises para o governo.
Em entrevista ao site do PT, o presidente da legenda, Ricardo Berzoini, deixou clara a rejeição da sigla. "É impossível se montar um ministério com pessoas de um partido só. Seria incorreto. Quanto mais plural for a participação, inclusive com pessoas que não têm filiação partidária, melhor é o ambiente interno", declarou.
O PP, que controla Cidades, prepara-se para pedir secretários que pertencem ao PT. O PMDB quer o mesmo em Agricultura, Saúde e Integração Nacional. Já o PR diz que quer indicar "técnicos" afinados com a sigla para o Dnit (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes). Na verdade, planeja defenestrar diretores indicados por PT e PMDB.
Para cientistas políticos ouvidos pela Folha, o sistema de "porteira fechada" tem o mérito de proporcionar coesão. Fernando Weltman, da FGV, diz que a nomeação de subordinados de partidos diferentes pode dar margem a disputa interna. "O ideal seria o parlamentarismo da Inglaterra, em que, quando muda o governo, mudam apenas três pessoas, porque os outros são funcionários de carreira", pondera o cientista político David Fleischer.


Colaborou ANGELA PINHO, da Redação

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