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PT reage à perda de cargos em ministérios
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ameaçado de perder vários
apadrinhados em cargos de segundo e terceiro escalão, o PT
se insurgiu contra a chamada
"política da porteira fechada",
pela qual todos os cargos de um
ministério são indicados pelo
partido que o controla.
Legendas como PP, PR e
PMDB dizem ter obtido aval do
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva para acabar com o fatiamento de suas pastas.
"A responsabilidade do partido pelo ministério é integral
pelo que ficou acertado com
Lula", disse o líder do PP na Câmara, Mário Negromonte.
Casos famosos de disputas
internas dentro de ministérios
e estatais no primeiro mandato
de Lula ocorreram nos Correios, no Banco do Brasil e na
Caixa Econômica Federal, gerando crises para o governo.
Em entrevista ao site do PT, o
presidente da legenda, Ricardo
Berzoini, deixou clara a rejeição da sigla. "É impossível se
montar um ministério com
pessoas de um partido só. Seria
incorreto. Quanto mais plural
for a participação, inclusive
com pessoas que não têm filiação partidária, melhor é o ambiente interno", declarou.
O PP, que controla Cidades,
prepara-se para pedir secretários que pertencem ao PT. O
PMDB quer o mesmo em Agricultura, Saúde e Integração Nacional. Já o PR diz que quer indicar "técnicos" afinados com a
sigla para o Dnit (Departamento Nacional de Infra-Estrutura
de Transportes). Na verdade,
planeja defenestrar diretores
indicados por PT e PMDB.
Para cientistas políticos ouvidos pela Folha, o sistema de
"porteira fechada" tem o mérito de proporcionar coesão. Fernando Weltman, da FGV, diz
que a nomeação de subordinados de partidos diferentes pode
dar margem a disputa interna.
"O ideal seria o parlamentarismo da Inglaterra, em que,
quando muda o governo, mudam apenas três pessoas, porque os outros são funcionários
de carreira", pondera o cientista político David Fleischer.
Colaborou ANGELA PINHO, da Redação
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