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Painel
Paiol de pólvora
Há uma escalada no uso de armas nas disputas agrárias no
norte do Paraná. O secretário da
Segurança promete iniciar amanhã uma campanha de desarmamento na região. Há 37 ordens
judiciais de reintegração de posse não-cumpridas no Estado.
Justiça privatizada
A morte de um empregado dos
fazendeiros ontem perto de Londrina não é um caso isolado. Na
quinta, 120 famílias foram desalojadas por seguranças particulares na região de Maringá. A PM
mantém distância dos conflitos.
Boca no trombone
Paulo Bernardo (PT-PR) avisou gregos e troianos ontem sobre o conflito perto de Londrina.
Foi por ele que o ministro da Justiça, Milton Seligman, e o coordenador do MST Gilmar Mauro
ficaram sabendo da história.
Não é comigo
Dias agitados para o governo:
liminar contra a venda da Vale,
empurra-empurra no Rio, conflito com morte entre militantes
do MST e seguranças de fazendeiros da UDR no Paraná. E FHC
ainda aparenta bom humor.
Se o PFL deixar
Reservadamente, FHC tem dito que não tem compromisso
com nenhum ministro para o
eventual segundo mandato. Há
quem interprete como desejo de
um governo mais pessoal.
Coordenação de primeira
Ainda a derrota na reforma administrativa: o governo contabilizou 20 deputados em gabinetes
federais na hora da votação. Metade deles daria a vitória a FHC.
Guinada à direita
Miguel Arraes quer falar com
FHC sobre 98. O governador não
planeja apoiar Lula. Em troca,
gostaria de amaciar PMDB e
PFL, seus maiores adversários
na sucessão em Pernambuco.
Saída paralela
A reforma eleitoral deve assegurar a volta da candidatura automática de deputados. Para salvar Michel Temer, Luiz Carlos
Santos e Alberto Goldman, caso
o PMDB quercista ameace deixá-los sem legenda em 98.
Rodoanel 1
Fechado o novo traçado do
anel viário em torno de São Paulo. O primeiro trecho foi encurtado em quase 10 km e ligará a
rodovia dos Bandeirantes à Régis Bittencourt. Não chegará
mais à estrada de Itapecerica.
Rodoanel 2
Com custo de R$ 500 milhões,
o rodoanel será administrado
pela iniciativa privada. O consórcio que oferecer mais dinheiro levará a concessão. Preço mínimo: 15% do valor da obra, que
deve acabar em março de 2000.
Valorizando o passe
No PFL, é grande a torcida para que Itamar Franco dispute a
Presidência em 98. O partido diz
também que, se Maluf quiser o
Planalto, FHC precisará dos pefelistas mais do que nunca.
Ao contrário do chefe
O relatório da lei de teles prevê
que não haverá reeleição no órgão regulador do setor. O mandato será único e de cinco anos.
Vitória feminista
O lobby feminista fez o governo paulista desistir da criação de
uma delegacia especializada na
investigação de crimes sexuais,
que seria vinculada à Polícia Civil. A atribuição será entregue à
1¦ Delegacia da Mulher.
Na lata
Rafael Greca, ex-prefeito de
Curitiba, deu um ultimato ao sucessor, também pedetista, Cássio Taniguchi: ``Gostei de ser
prefeito. Ou me elegem para um
cargo bem atraente, ou vou disputar com você em 2000''.
Efeito pataxó
As comissões de Direitos Humanos e do Meio Ambiente e
Minorias da Câmara elaboram
em conjunto agenda de projetos
prioritários para os índios. Também pedirão ao Planalto a saída
de Júlio Gaiger da Funai.
E-mail: painel@uol.com.br
TIROTEIO
De Paulo Bernardo (PT-PR),
sobre a escalada do uso de armas
nos conflitos agrários no Paraná:
- Virou um país sem lei. Se o
governo deixar correr solto o
problema, vai virar um conflito
generalizado. Está se consolidando a idéia de usar milícias
para fazer justiça.
Do líder pecuarista Pedro de
Camargo Neto:
- O governo não aceita ocupação de seus prédios, mas não
reage à invasão de fazendas. Não
se pode tolerar o rompimento do
Estado de direito. É aí que a UDR
cresce. Me recuso a entrar nessa
rota. Isso não vai acabar bem.
CONTRAPONTO
É o bicho
A cidade de Cambé, perto de
Londrina (PR), foi sede de um
congresso sobre sericicultura
-criação do bicho-da-seda.
Na mesa de honra, na abertura, havia políticos paranaenses
como o prefeito de Londrina,
Antônio Belinati e sua mulher,
Emília, vice-governadora.
O discurso mais longo foi o do
prefeito de Londrina. Belinati,
porém, não conseguia pronunciar a palavra ``sericicultura'' de
jeito nenhum. A toda hora, falava ``sericultura''.
A certa altura, Emília, que
acompanhava os escorregões do
marido com impaciência, mandou-lhe um bilhete, alertando
para o erro.
Belinati parou o discurso, virou-se para a mulher e teimou:
- Eu estou falando certo,
Emília: se-ri-cul-tu-ra.
Ela não se conteve:
- É se-ri-ci-cul-tu-ra.
- OK. Então vamos falar da
criação do bicho-da-seda - disse Belinati, encerrando a discussão.
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