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Graziano defende coordenador social
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro José Graziano (Segurança Alimentar) confirmou
ontem que os programas sociais
do governo serão unificados e
afirmou que devem ter um único
"coordenador-executivo".
"A idéia da Câmara [de Política
Social, da qual fazem parte os ministros da área e o ministro-chefe
da Casa Civil, José Dirceu] é de
evoluir no sentido de ter um coordenador-executivo", afirmou
Graziano em São Paulo, após cerimônia em que recebeu doação de
alimentos para o Fome Zero. "Se
será um ministro ou não [a exercer a função] é uma discussão que
não foi feita ainda", disse ele.
Graziano declarou não fazer objeção à idéia, proposta no dia anterior pelo ministro Cristovam
Buarque (Educação), que defendeu um coordenador para a área
social aos moldes do que os ministros Antonio Palocci Filho (Fazenda) e Dirceu representam para
as áreas econômica e política.
O ministro extraordinário de
Segurança Alimentar e Combate à
Fome participou de solenidade de
doação simbólica da Nestlé do
primeiro quilo de mil toneladas
de alimentos prometidas pela empresa a instituições indicadas pelo
Fome Zero. Os alimentos serão
repassados à Pastoral da Criança,
que será responsável por sua utilização e distribuição.
As atribuições dessa coordenação executiva não seriam claras
ainda, disse o ministro, porque os
critérios de unificação dos programas sociais não foram fixados
e a criação do cargo ainda não teria sido discutida especificamente
na Câmara de Política Social.
Sobre a unificação, Graziano
reiterou que o programa definitivo exigirá contrapartidas das famílias cadastradas. "Em princípio, as contrapartidas de saúde,
educação e alimentação, para nós,
são contrapartidas básicas e deverão ser mantidas", disse.
A única "contrapartida" exigida
atualmente pelo Fome Zero é que
as famílias gastem o valor do benefício recebido (R$ 50) exclusivamente com alimentação.
O processo de unificação, segundo ele, está sendo conduzido
pela ministra Benedita da Silva
(Assistência e Promoção Social),
com quem supostamente disputaria a coordenação do programa
unificado. "A ministra Benedita
está conduzindo uma série de estudos e consultas sobre os programas existentes. Deverá apresentar
na próxima reunião da câmara
um relatório e uma proposta a
respeito de como esse processo se
dará." A próxima reunião, ele diz,
ainda não tem data marcada.
Questionado se via lentidão na
implementação do Fome Zero, o
representante da Pastoral da
Criança Clovis Boufleur disse que
a entidade tem a política de "evitar atropelos", mas que "talvez
precisemos apressar um pouco
mais" o atendimento a algumas
regiões.
(RAFAEL CARIELLO)
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