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São Paulo, quarta-feira, 28 de maio de 2003

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Graziano defende coordenador social

DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro José Graziano (Segurança Alimentar) confirmou ontem que os programas sociais do governo serão unificados e afirmou que devem ter um único "coordenador-executivo".
"A idéia da Câmara [de Política Social, da qual fazem parte os ministros da área e o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu] é de evoluir no sentido de ter um coordenador-executivo", afirmou Graziano em São Paulo, após cerimônia em que recebeu doação de alimentos para o Fome Zero. "Se será um ministro ou não [a exercer a função] é uma discussão que não foi feita ainda", disse ele.
Graziano declarou não fazer objeção à idéia, proposta no dia anterior pelo ministro Cristovam Buarque (Educação), que defendeu um coordenador para a área social aos moldes do que os ministros Antonio Palocci Filho (Fazenda) e Dirceu representam para as áreas econômica e política.
O ministro extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome participou de solenidade de doação simbólica da Nestlé do primeiro quilo de mil toneladas de alimentos prometidas pela empresa a instituições indicadas pelo Fome Zero. Os alimentos serão repassados à Pastoral da Criança, que será responsável por sua utilização e distribuição.
As atribuições dessa coordenação executiva não seriam claras ainda, disse o ministro, porque os critérios de unificação dos programas sociais não foram fixados e a criação do cargo ainda não teria sido discutida especificamente na Câmara de Política Social.
Sobre a unificação, Graziano reiterou que o programa definitivo exigirá contrapartidas das famílias cadastradas. "Em princípio, as contrapartidas de saúde, educação e alimentação, para nós, são contrapartidas básicas e deverão ser mantidas", disse.
A única "contrapartida" exigida atualmente pelo Fome Zero é que as famílias gastem o valor do benefício recebido (R$ 50) exclusivamente com alimentação.
O processo de unificação, segundo ele, está sendo conduzido pela ministra Benedita da Silva (Assistência e Promoção Social), com quem supostamente disputaria a coordenação do programa unificado. "A ministra Benedita está conduzindo uma série de estudos e consultas sobre os programas existentes. Deverá apresentar na próxima reunião da câmara um relatório e uma proposta a respeito de como esse processo se dará." A próxima reunião, ele diz, ainda não tem data marcada.
Questionado se via lentidão na implementação do Fome Zero, o representante da Pastoral da Criança Clovis Boufleur disse que a entidade tem a política de "evitar atropelos", mas que "talvez precisemos apressar um pouco mais" o atendimento a algumas regiões. (RAFAEL CARIELLO)


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