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NORDESTE
Proposta também prevê controle externo, com os novos projetos tendo que passar pela aprovação de comitês
Nova Sudene deve ter isenção total de IR
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
O projeto que ressuscita a Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), extinta pelo governo em 2001 em meio a
denúncias de fraude e corrupção,
prevê a criação de um sistema de
controle externo da autarquia e a
isenção de impostos para futuros
investidores.
A versão do novo modelo foi
apresentada ontem em Recife
(PE) pela secretária de Políticas de
Desenvolvimento Regional do
Ministério da Integração Nacional, Tânia Bacelar.
O documento sugere mudanças
na organização básica da Sudene,
como a criação de comitês formados por representantes de diferentes segmentos da sociedade.
Esses órgãos, disse Bacelar,
atuariam como um elemento de
controle externo com poder de
aprovar ou não os projetos propostos e fiscalizar os empreendimentos em execução.
No organograma da nova superintendência, os comitês estariam
ligados à secretaria executiva e ao
conselho deliberativo, que passaria a ser formado pelos ministros
da área econômica, governadores
da região e seis representantes do
setor produtivo -três empresários e três trabalhadores.
O projeto prevê ainda a isenção
do pagamento do Imposto de
Renda (hoje só há redução de até
75%) para novos empreendimentos, com vantagem para as empresas que se instalarem fora das
grandes cidades.
O novo modelo também propõe isentar ou reduzir o Imposto
de Importação e o IPI (Imposto
sobre Produtos Industrializados)
para a compra de máquinas e
equipamentos destinados à modernização e ampliação de empreendimentos na região.
O Finor (Fundo de Investimento do Nordeste), principal mecanismo de financiamento da autarquia, seria extinto. Um outro fundo, de nome ainda não definido, o substituiria na função.
Esse novo fundo poderia vir a
ser suprido com recursos orçamentários ou, como no Finor, por
meio de renúncia fiscal (com parte do Imposto de Renda devido
pelas empresas interessadas em
investir no Nordeste).
As regras para a captação e devolução do empréstimo também
mudariam. Segundo Bacelar, no
caso de sociedades, só os majoritários teriam acesso aos recursos
para novos empreendimentos.
Para a devolução do dinheiro ao
fundo, os beneficiados seriam
obrigados a resgatar as debêntures de seu próprio investimento.
No modelo anterior, os títulos, no
valor do empréstimo, eram convertidos em ações e posteriormente leiloados pela Sudene -normalmente a preços abaixo
dos valores originais.
Critérios sociais
O ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, anunciou ontem
aos governadores do Nordeste e
de Minas Gerais que o governo federal usará critérios sociais para a
liberação de incentivos fiscais a
empresas pela nova Sudene.
Segundo Ciro, as empresas que
receberem incentivos terão de incluir os funcionários em programas de participação nos lucros.
Além disso, terão mais incentivos
e facilidades as firmas que se instalarem em locais mais distantes
das capitais, em municípios com
menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e que empregaram mais pessoas carentes.
Se a proposta não puder ter tramitação acelerada no Congresso,
a Sudene será recriada por medida provisória.
Colaborou OTÁVIO CABRAL, enviado
especial a Aracaju
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