UOL

São Paulo, quarta-feira, 28 de maio de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

NO AR

Resta saber

NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA

- Será?
Era o Bom Dia Brasil, ontem, horas antes da reunião em que a Executiva Nacional do PMDB decidiria pelo apoio ao governo Lula.
A dúvida não era sobre apoio ou não, mas sobre se tal apoio é confiável, se significa alguma coisa.
Afinal, segundo a Jovem Pan, a decisão da Executiva era uma exigência do governo para ele não enfrentar "negociações" com parlamentares do PMDB a cada votação.
Mas, observou Alexandre Garcia na Globo:
- Resta saber se o governo poderá contar mesmo com o PMDB.
Segundo a CBN, a decisão não é definitiva, tem que ser aceita por uma reunião do Conselho Político do partido que nem foi marcada.
E Michel Temer, presidente do PMDB, saiu declarando que foi decidido apoio ao governo Lula, mas que fazer parte dele é uma outra coisa.
Peemedebistas são treinados como ninguém nesse vaivém da barganha congressual. Apóiam, mas não apóiam. E insistem em ajudar a "decidir".
Foi assim durante os anos FHC. Na lembrança do mesmo Garcia:
- Muito se discute se foi o PT que não permitiu as reformas de Fernando Henrique. A verdade é que foi a divisão do PMDB, na base governista.
O PT de Lula e José Dirceu, com sangue frio na barganha, não entregou ministério. Vai, ao que parece, pedir pagamento antecipado.
 
A eleição de Lula foi seguida de muita ironia em relação ao PFL, na cobertura. Depois de cinco séculos no poder -era o que se dizia, até na Globo- o partido teria uma experiência do outro lado.
É cedo para saber se a legenda sobrevive fora do poder, diante da sangria de parlamentares, mas havia um saudável orgulho em seu slogan, nos comerciais veiculados ontem:
- Oposição Responsável e Fiscalizadora.
E o PFL não parou aí. Jorge Bornhausen e outros bateram seguidamente no aumento de impostos, a grande bandeira do pensamento conservador, no mundo todo. Seria a saída para o crescimento.
Sobre juros, nem pensar.
 
A Polícia Federal estaria atrás do "paradeiro" de Fernando Collor desde janeiro.
Se acompanhasse TV, teria visto o ex-presidente na semana passada, durante uma festa, em longa entrevista a Amaury Jr. -elogiando os primeiros meses de Lula.


Texto Anterior: Juízes pressionam por limite maior
Próximo Texto: Previdência: Dirceu articula com governadores acordo para novos subtetos
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.