São Paulo, quinta, 28 de maio de 1998

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GLOSSÁRIO

Déficit público: É quando o governo -incluindo União, Estados, municípios e estatais- gasta acima de suas receitas. Isso só é possível de duas formas: emitindo moeda (gerando inflação) ou fazendo dívidas (o que tende a elevar os juros)

Acima da linha/abaixo da linha: Os termos usados por FHC dizem respeito ao mecanismo de contabilidade do déficit. Para calcular o déficit "acima da linha", somam-se todas as despesas e receitas públicas e verifica-se a diferença. Isso é inviável num país com mais de 5.000 municípios e centenas de estatais. Por isso, o déficit brasileiro é calculado "abaixo da linha": a partir de dados fornecidos pelos bancos, analisa-se quanto cresceu dívida pública e a quantidade de moeda em circulação

Déficit nominal: Leva em conta todos os gastos públicos, incluindo o pagamento das dívidas interna e externa

Déficit operacional: Critério introduzido no Brasil nos tempos da inflação alta. Não leva em conta o crescimento da dívida pública que é apenas resultado da correção monetária. Por exemplo: se a dívida passou de R$ 100 bilhões para R$ 150 bilhões, e a inflação foi de 40%, o déficit nominal é de R$ 50 bilhões, e o operacional, de R$ 10 bilhões

Déficit primário: Não leva em conta os gastos com juros, ou seja, mede o desempenho do governo sem levar em conta sua dívida. Quando o setor público tem déficit primário, como passou a acontecer recentemente no país, precisa fazer dívidas para cobrir gastos com pessoal, administração e investimentos

Relação entre déficit e juros: O déficit público tende a provocar alta dos juros, porque o governo se torna o principal devedor do mercado e é levado a pagar taxas cada vez mais altas para conseguir dinheiro emprestado. Um princípio do mercado financeiro diz que, quanto maior o risco representado pelo devedor, mais juros ele paga



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