São Paulo, quinta, 28 de maio de 1998

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FHC E AS CONTAS PÚBLICAS

Leia a seguir declarações do presidente Fernando Henrique Cardoso sobre contas públicas:

"Não vai haver novo pacote. Isso é desnecessário e está fora de cogitação. Medidas, o governo toma todo dia. Governar é tomar medidas. E, quando não está tomando, não é? A inércia é um tipo de medida."

"Os efeitos da diminuição da taxa de juros só vão começar a ocorrer sobre as contas públicas em setembro, porque os títulos são vendidos e têm prazos. Então, nós estamos agora pagando títulos que têm taxas elevadas de juros. Isso aumentou a despesa."

"Se nós tivéssemos aprovado a reforma da Previdência no ano passado, haveria R$ 4 bilhões a menos este ano de déficit."

"Pasmem: uma parte do déficit é por causa da privatização. Quando você vai privatizar, você vai sanear uma empresa. Quando você vai sanear, você assume dívida. Então, uma parte do déficit é processo de mudança do padrão da economia, para se ter uma economia na qual os déficits crescentes do futuro sejam estancados pela privatização."

"Para o Brasil dar o salto que nós queremos que ele dê -ele está começando- nós precisamos das reformas. O Brasil não vai se conformar em crescer a 3% ao ano. Nós temos de crescer a 6%, 7%. Agora, nós não conseguiremos crescer a 6%, 7% sem as reformas, não é? Por quê? Porque sem as reformas nós temos dificuldade de baixar as taxas de juros. Temos dificuldade de aumentar a produtividade por causa do sistema tributário."

"No setor estatal da Previdência, nós estamos gastando quase R$ 19 bilhões por ano. Sabe o que é isso? É toda a verba do Ministério da Saúde. A contribuição do setor público para esses R$ 19 bilhões sabe de quanto foi? Dois, ou seja, quase R$ 17 bilhões é o povo quem paga."

"Nós vamos ter de ter uma idade mínima de aposentadoria. No mundo todo tem. Aqui não, nós somos diferentes, aqui tem sol, é tropical, mas quem paga são os pobres. Indiretamente: é a CPMF, é o imposto de consumo, é o imposto em cascata, é o Cofins."

"Pode vir a ser mais sólida (a estabilidade) se nós seguirmos no rumo que traçamos. Perde uma guerra, ganha outra. Perde uma reforma, cede um ponto, avança no outro, isso é democrático. Eu sei e sou a favor. Nós vamos fazer mais reformas. Nós vamos continuar nesse rumo, porque senão dá para trás. Dar para trás significa inflação, piora de distribuição de renda, descrédito no exterior, diminuição de investimento e queda de emprego."

"É necessário lutar contra o déficit fiscal. O déficit fiscal hoje ele vem dramaticamente da Previdência e da taxa de juros. A taxa de juros, por sua vez, está dramaticamente ligada à necessidade que o governo tem de fazer empréstimo."



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