São Paulo, Sexta-feira, 28 de Maio de 1999
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PRIVATIZAÇÃO
Demora na venda da Cesp compromete obtenção de recursos
Covas diz que pode atrasar parcela de dívida com a União

da Reportagem Local

O governador de São Paulo, Mário Covas, afirmou ontem que o Estado poderá ter dificuldade para pagar a parcela de sua dívida com a União que vence em novembro em razão do atraso no cronograma de privatização da Cesp (Companhia Energética de São Paulo).
A venda das três geradoras de energia que resultaram da cisão da Cesp deveria ser realizada entre os dias 26 de maio e 16 de junho. Os leilões tiveram de ser adiados porque a Justiça do Mato Grosso do Sul (MS) concedeu liminares que impedem o registro das três empresas em cartório. Sem isso, não é possível realizar a privatização.
A dívida que vence em novembro é de pouco mais de R$ 1 bilhão. O valor é representado por papéis emitidos pelo Estado e garantidos com ações da Cesp.
Esses papéis deveriam ter sido resgatados em novembro de 98. A data foi prorrogada por um ano porque a Agência Nacional de Energia Elétrica não havia definido as regras necessárias para a venda das geradoras de energia, o que atrasou a privatização.

Liminares
As liminares da Justiça do MS estão sendo questionadas por São Paulo no STF (Supremo Tribunal Federal). É possível que o tribunal analise o assunto na quarta-feira. Mas decidirá apenas quem tem poder para julgar o caso.
O procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, já deu parecer defendendo que apenas o STF poderia analisar o assunto, por se tratar de conflito entre dois Estados. Se essa for a posição do STF, as liminares perderão o efeito. Porém o governo do Mato Grosso do Sul poderá reiniciar o caso no STF.
As ações pedem compensação adicional pela inundação de parte do território do Mato Grosso do Sul pela usina de Porto Primavera, que fica na divisa dos dois Estados.

Investimentos
Covas disse que o governo pretende incluir no edital de privatização das geradores da Cesp a obrigatoriedade de investimentos para a expansão da oferta de energia extraída do gás natural e do bagaço de cana.
A manifestação de Covas representa mudança na posição do governo. Até ontem, a informação oficial era a de que o edital não traria exigência de novos investimentos. Isso porque não há possibilidade de construção de novas usinas hidrelétricas no Estado.
A saída encontrada foi exigir investimentos para exploração de outras fontes de energia.


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