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Empresa pagará R$ 5 mi a usuários
RICARDO GALHARDO
da Reportagem Local
A Telefônica vai pagar cerca de
R$ 5 milhões em multas aos usuários que foram prejudicados pelas
falhas no sistema de telefonia
ocorridas na reestruturação da rede para instalação de novas linhas.
A punição foi aplicada em fevereiro, mas só nesta semana o Conselho Diretor da Anatel (Agência
Nacional de Telecomunicações)
julgou improcedente o recurso
apresentado pela Telefônica.
A empresa ainda pode recorrer à
Justiça, mas o advogado da Telefônica Domingos Refinetti disse ontem que a punição será acatada.
Uma auditoria feita pela Anatel
revelou três tipos de falhas nos serviços prestados pela Telefônica: a
empresa não está informando com
a antecedência prevista em lei (90
dias) os usuários cujas linhas terão
mudança de número, quem liga
para esses números também não é
informado sobre a mudança e está
havendo muitas interrupções no
fornecimento do serviço.
Nos dois primeiros casos, os
usuários prejudicados podem receber entre R$ 10 e R$ 40 por linha.
Para as interrupções, os valores
vão de R$ 1,50 a R$ 5 a cada dia sem
o serviço (veja quadro abaixo).
Terão direito ao pagamento os
usuários que tiveram problemas
entre os dias 1º de janeiro e 31 de
maio. Para receber, os prejudicados precisam ligar para a Telefônica (103 mais o prefixo da linha defeituosa). A empresa vai checar caso a caso e não há prazo estipulado
para o pagamento. Os valores serão debitados em contas telefônicas futuras.
Segundo o diretor-geral da Anatel, Renato Guerreiro, o objetivo
da multa não é indenizar os consumidores lesados, mas evitar que a
empresa volte a permitir a deterioração do serviço.
Guerreiro disse ontem à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito)
da Telefônica na Assembléia Legislativa de São Paulo que a Anatel
poderá firmar convênios para permitir que futuras agências regionais ajudem a fiscalizar os serviços
de telefonia nos Estados. A fiscalização é atribuição da Anatel. A
criação de uma agência regional de
controle é defendida pelos integrantes da CPI.
Guerreiro chegou a se recusar a
responder as perguntas dos deputados. Ele se sentiu ofendido por
insinuações do relator da CPI, Jilmar Tatto (PT), de que a Anatel é
conivente com a Telefônica.
Tatto pediu que a CPI convoque
e determine a quebra dos sigilos
bancário e telefônico do ex-ministro das Comunicações Luiz Carlos
Mendonça de Barros, do ex-presidente do BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Social) André
Lara Resende e do atual presidente
do banco, José Pio Borges, por causa das conversas telefônicas divulgadas pela Folha terça-feira.
O relator também pediu que a
CPI requeira à Folha cópias das fitas. Os pedidos serão votados na
semana que vem, mas o presidente
da CPI, Edson Aparecido (PSDB),
indeferiu os pedidos. "Seria desvirtuar o objetivo da comissão, que
é investigar os motivos da queda
da qualidade do serviço."
Telemar
Guerreiro negou que empresas
do consórcio Telemar, controlador da Tele Norte Leste, tenham
apresentado à Anatel pedidos de
autorização para mudança na estrutura societária da empresa.
Boatos que circulam no mercado
dão conta que empresas do grupo
não terão o R$ 1,37 bilhão necessário para o pagamento da próxima
parcela referente à compra da Tele
Norte Leste, que vence dia 4 de
agosto. Com isso, o BNDESPar
(um dos sócios) teria que aumentar sua participação na empresa.
"A Anatel não tem nada a ver
com pagamentos. Isso é problema
do governo. Não há nenhum pedido da Telemar, mas, se houver, a
Anatel vai acatar desde que esteja
de acordo com a lei", disse.
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