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Governo usou BB e CEF em ajuda
a banco, dizem os procuradores
da Sucursal do Rio
O Ministério Público Federal
acusa o BC (Banco Central) de ter
utilizado de forma indevida os
dois maiores bancos públicos do
país, BB (Banco do Brasil) e CEF
(Caixa Econômica Federal), para
evitar que o Banco Nacional recorresse ao redesconto, último recurso de captação de um banco para
fechar suas contas.
A partir de agosto de 1995, quando o BC já sabia que a carteira de
créditos do Nacional era problemática, os empréstimos desses
dois bancos ao Nacional começaram a crescer.
No dia 17 de novembro de 1995,
véspera da decretação do Raet
(Regime de Administração Especial Temporária), quando o BC já
sabia que os créditos eram irrecuperáveis, o BB tinha um saldo de
R$ 3,6 bilhões com o Banco Nacional na conta de depósitos interbancários.
No dia 3 de novembro do mesmo
ano, a CEF tinha um saldo de R$
1,6 bilhão. À medida que a situação
do Nacional piorava, o BB participava mais intensamente dos depósitos interbancários, com o objetivo de evitar a entrada no redesconto, segundo a Procuradoria da República.
O BB era responsável, em 1º de
setembro de 1995, por 52% de todos os recursos captados pelo Nacional no interbancário. O restante era captado pelas demais empresas do grupo.
À medida que o Nacional tinha
mais dificuldades de conseguir
crédito, o BB foi aumentando sua
participação. Na véspera da decretação do Raet, o BB era responsável por 71% dos empréstimos, enquanto as empresas do grupo só
haviam conseguido captar 21%.
Os procuradores de Brasília avaliam que depoimento do presidente do BB, Paulo César Ximenes, na
Comissão de Assuntos Especiais
do Senado mostra que BC e BB agiram em conjunto para tentar evitar a quebra do Nacional.
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