São Paulo, sábado, 28 de junho de 1997.



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Governo usou BB e CEF em ajuda a banco, dizem os procuradores

da Sucursal do Rio

O Ministério Público Federal acusa o BC (Banco Central) de ter utilizado de forma indevida os dois maiores bancos públicos do país, BB (Banco do Brasil) e CEF (Caixa Econômica Federal), para evitar que o Banco Nacional recorresse ao redesconto, último recurso de captação de um banco para fechar suas contas.
A partir de agosto de 1995, quando o BC já sabia que a carteira de créditos do Nacional era problemática, os empréstimos desses dois bancos ao Nacional começaram a crescer.
No dia 17 de novembro de 1995, véspera da decretação do Raet (Regime de Administração Especial Temporária), quando o BC já sabia que os créditos eram irrecuperáveis, o BB tinha um saldo de R$ 3,6 bilhões com o Banco Nacional na conta de depósitos interbancários.
No dia 3 de novembro do mesmo ano, a CEF tinha um saldo de R$ 1,6 bilhão. À medida que a situação do Nacional piorava, o BB participava mais intensamente dos depósitos interbancários, com o objetivo de evitar a entrada no redesconto, segundo a Procuradoria da República.
O BB era responsável, em 1º de setembro de 1995, por 52% de todos os recursos captados pelo Nacional no interbancário. O restante era captado pelas demais empresas do grupo.
À medida que o Nacional tinha mais dificuldades de conseguir crédito, o BB foi aumentando sua participação. Na véspera da decretação do Raet, o BB era responsável por 71% dos empréstimos, enquanto as empresas do grupo só haviam conseguido captar 21%.
Os procuradores de Brasília avaliam que depoimento do presidente do BB, Paulo César Ximenes, na Comissão de Assuntos Especiais do Senado mostra que BC e BB agiram em conjunto para tentar evitar a quebra do Nacional.



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