São Paulo, quinta-feira, 28 de junho de 2001

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OUTRO LADO

EJ diz ter "zero de receio" sobre quebra de sigilo

GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.

O ex-secretário-geral da Presidência Eduardo Jorge Caldas Pereira afirmou que não tem o menor receio da quebra de seu sigilo bancário, da mulher, dos irmãos e sócios.
"Zeeeeeeero... Zero de receio", disse o ex-ministro, que foi o assessor mais próximo de FHC do início de seu governo até 1998, quando se licenciou para comandar a campanha pela reeleição.
EJ disse ainda que irá rir muito do procurador Luiz Francisco de Souza, do Ministério Público Federal em Brasília, se ele nada encontrar na análise de suas contas após a quebra do sigilo.
Ele fez a seguinte ameaça ao procurador: "Espero que ele comece a guardar dinheiro para pagar as ações de indenizações que ele será obrigado a pagar pelas injúrias que, há um ano, ele assaca contra mim".
Ao ser procurado pela Folha, EJ disse primeiro que queria ver a sentença para falar qualquer coisa. Depois, convencido da quebra de sigilo, deu o seguinte depoimento:

Folha -O que o senhor tem a dizer sobre a quebra do seu sigilo bancário?
Eduardo Jorge Caldas Pereira -
Essa notícia circulou ontem à tarde em Brasília, vinda de repórteres de jornais. Nós procuramos, às 10 para as seis da tarde, a Justiça. A diretoria da secretaria informou que era mentira. Eu não posso acreditar que um juiz tenha vazado uma sentença antes de dar conhecimento público. Agora, posso dizer o seguinte: o [procurador da República" Luiz Francisco de Souza esteve lá de tarde, e é possível que ele tenha vazado a sentença. Ainda existe gente crédula no mundo, que é capaz de acreditar nas mentiras do procurador Luiz Francisco. Eu já provei no meu depoimento ao Senado como ele costuma mentir e iludir as autoridades. Tenho certeza de que, quando a autoridade iludida verificar que foi iludida, vai ficar muito envergonhada. De qualquer maneira, se for verdade a quebra de sigilo, eu vou rir muito da cara do Luiz Francisco quando ele não encontrar nada irregular nas minhas contas. Espero que ele comece a guardar dinheiro para pagar as ações de indenizações que ele será obrigado a pagar pelas injúrias que, há um ano, ele assaca contra mim.

Folha - O senhor tem receio do que possa ser encontrado em suas contas com a quebra do sigilo?
Eduardo Jorge -
Tenho zero de receio da quebra de sigilo.

Folha - Nem da quebra de sua mulher, irmãos e de seus amigos? O senhor não teme nada?
Eduardo Jorge -
Zeeeeeeero... Zero de receio. Eu já ofereci ao jornal "O Estado de S. Paulo" fazer auditoria completa das minhas contas. Não tenho o menor medo. Tem mais uma coisa: só aceito que esse meu depoimento seja publicado se for na íntegra. Ou tudo ou nada.


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