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Garotinho vai à Justiça contra PSB
MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO
O ex-governador e atual secretário de Segurança do Rio, Anthony
Garotinho, anunciou ontem que
recorrerá à Justiça para garantir a
sua refiliação ao PSB. Anteontem,
a Executiva Nacional do partido
decidiu, por unanimidade, expulsá-lo do partido, excluindo-o do
recadastramento dos filiados, que
termina na segunda-feira.
"Eu vou lutar para ficar no PSB.
Vou buscar os instrumentos legais e a coerência política do meu
discurso para convencer os meus
companheiros de que não estou
indo contra o partido ou contra o
governo", afirmou Garotinho. Ele
disse que irá recorrer ao Diretório
Nacional do PSB, instância máxima do partido. Não há prazo para
o Diretório se reunir.
Paralelamente às ações de Garotinho, o presidente do PSB do Rio,
Alexandre Cardoso, disse que já
tem o apoio de 17 dos 29 deputados federais do partido para ingressar na Executiva com recurso
semelhante.
O ex-governador alegou que a
Executiva Nacional desrespeitou
o estatuto do partido. Ele disse
que não teve amplo direito de defesa. "Não houve votação. O assunto foi colocado, criou-se uma
polêmica e a reunião foi suspensa", disse Garotinho, que afirmou
ter ouvido o relato de Cardoso e
do ex-deputado José Antônio Almeida, que participaram da reunião de anteontem da Executiva.
Ao lado de Garotinho, Cardoso
confirmou a história. De manhã,
porém, ele havia dito: "Entendo
que foi uma decisão em comum".
Segundo o secretário-geral do
PSB, deputado Renato Casagrande, a votação ocorreu e o que ficou
acertado foi que Cardoso tentaria
convencer Garotinho a reconsiderar suas posições contrárias ao
governo de Luiz Inácio Lula da
Silva até o fim do prazo do recadastramento.
Casagrande criticou a iniciativa
de Garotinho de recorrer à Justiça. "Ele tem direito [de ir à Justiça], mas aí vai ter pancada, vai ter
enfrentamento. Se ele não quer
reconsiderar a sua posição, tem
que compreender que a relação
política entre ele e o partido acabou", disse.
Ontem, diante da perspectiva de
deixar o PSB com o marido, a governadora do Rio, Rosinha Matheus, voltou a subir o tom das
críticas contra o governo de Luiz
Inácio Lula da Silva.
Ela sancionou uma lei, contestada pela Petrobras, que estabelece
cobrança de 18% de ICMS sobre a
extração de petróleo.
Questionada se deixaria o PSB,
Rosinha respondeu: "Ainda não
ouvimos nenhuma declaração do
doutor Miguel Arraes [presidente
do partido]. Eu só fiquei sabendo
sobre o que está acontecendo pela
imprensa".
Colaborou Juliana Rangel, free-lance para a Folha
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