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São Paulo, sábado, 28 de junho de 2003

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Garotinho vai à Justiça contra PSB

MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO

O ex-governador e atual secretário de Segurança do Rio, Anthony Garotinho, anunciou ontem que recorrerá à Justiça para garantir a sua refiliação ao PSB. Anteontem, a Executiva Nacional do partido decidiu, por unanimidade, expulsá-lo do partido, excluindo-o do recadastramento dos filiados, que termina na segunda-feira.
"Eu vou lutar para ficar no PSB. Vou buscar os instrumentos legais e a coerência política do meu discurso para convencer os meus companheiros de que não estou indo contra o partido ou contra o governo", afirmou Garotinho. Ele disse que irá recorrer ao Diretório Nacional do PSB, instância máxima do partido. Não há prazo para o Diretório se reunir.
Paralelamente às ações de Garotinho, o presidente do PSB do Rio, Alexandre Cardoso, disse que já tem o apoio de 17 dos 29 deputados federais do partido para ingressar na Executiva com recurso semelhante.
O ex-governador alegou que a Executiva Nacional desrespeitou o estatuto do partido. Ele disse que não teve amplo direito de defesa. "Não houve votação. O assunto foi colocado, criou-se uma polêmica e a reunião foi suspensa", disse Garotinho, que afirmou ter ouvido o relato de Cardoso e do ex-deputado José Antônio Almeida, que participaram da reunião de anteontem da Executiva.
Ao lado de Garotinho, Cardoso confirmou a história. De manhã, porém, ele havia dito: "Entendo que foi uma decisão em comum".
Segundo o secretário-geral do PSB, deputado Renato Casagrande, a votação ocorreu e o que ficou acertado foi que Cardoso tentaria convencer Garotinho a reconsiderar suas posições contrárias ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva até o fim do prazo do recadastramento.
Casagrande criticou a iniciativa de Garotinho de recorrer à Justiça. "Ele tem direito [de ir à Justiça], mas aí vai ter pancada, vai ter enfrentamento. Se ele não quer reconsiderar a sua posição, tem que compreender que a relação política entre ele e o partido acabou", disse.
Ontem, diante da perspectiva de deixar o PSB com o marido, a governadora do Rio, Rosinha Matheus, voltou a subir o tom das críticas contra o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Ela sancionou uma lei, contestada pela Petrobras, que estabelece cobrança de 18% de ICMS sobre a extração de petróleo.
Questionada se deixaria o PSB, Rosinha respondeu: "Ainda não ouvimos nenhuma declaração do doutor Miguel Arraes [presidente do partido]. Eu só fiquei sabendo sobre o que está acontecendo pela imprensa".


Colaborou Juliana Rangel, free-lance para a Folha


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