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São Paulo, sábado, 28 de junho de 2003

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CONFLITO AGRÁRIO

Famílias invadem reflorestadora em MG

Sem-terra bloqueiam rodovia em MT após serem expulsos de fazenda

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO
GRANDE E EM BELO HORIZONTE

Cerca de 500 sem-terra, na estimativa da Polícia Rodoviária Federal, bloquearam ontem a BR-174 em Cáceres (250 km ao sudoeste de Cuiabá), Mato Grosso.
O grupo é ligado ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e havia invadido anteontem a fazenda Itaguira, em Araputanga (271 km de Cuiabá).
Como os sem-terra tiveram que deixar a área devido ao interdito proibitório, medida judicial que protege a fazenda de invasões, resolveram protestar na estrada, que liga o Estado a Rondônia, Acre e Amazonas. Os motoristas fizeram um desvio de 150 quilômetros para evitar o local. Segundo a Polícia Rodoviária, o bloqueio começou por volta das 10h e não tinha sido desfeito até a conclusão desta edição.
Em maio, para protestar contra uma milícia que teria sido criada por fazendeiros, o MST também bloqueou a BR-174 por cerca de 12 horas. O grupo responsável pelo protesto faz parte das 2.000 famílias que invadiram em abril do ano passado a fazenda São Paulo, em Mirassol D" Oeste (MT), perto do local do bloqueio da estrada.

Minas
Cerca de 200 famílias ligadas ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiram anteontem a fazenda Taquaril, no distrito de Curral Novo, município de Indaiabira (MG).
A área, de 4.000 hectares, pertence à reflorestadora Italmagnésio. Funcionários da reflorestadora confirmaram a invasão, mas não quiseram fazer comentários.
De acordo com o coordenador estadual do MST Luciano Monteiro, a invasão foi realizada com a ajuda de posseiros que, nas últimas semanas, estavam sendo retirados da fazenda.
Segundo Monteiro, a invasão é resultado do avanço do MST no norte de Minas. A região não era foco de ações de sem-terra -comuns em áreas como Triângulo Mineiro e noroeste do Estado. "Com certeza vai haver outras ocupações [no norte de Minas], região carente e que não tem a reforma agrária que queremos."
O dirigente negou que a invasão tenha sido uma represália à reintegração de posse de duas fazendas ocupadas pelo MST na região, realizadas nesta semana. Informou ainda que a ação foi apoiada pela Comissão Pastoral da Terra.


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