São Paulo, quarta-feira, 28 de junho de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

Atraído pelo poder, PMDB pende para Lula nos Estados

Partido deve apoiar o candidato petista em pelo menos 13 palanques estaduais

Oficialmente, Alckmin terá palanque em 9 Estados, mas as omissões de candidatos que não farão campanha explícita devem prejudicá-lo


MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL

A composição final dos palanques estaduais do PMDB favorece o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa pela reeleição. Oficialmente, o partido quase se dividiu ao meio entre Lula e Geraldo Alckmin (PSDB). Haverá, porém, engajamentos velados ao petista e omissões em palanques da oposição, sem campanha explícita a Alckmin, que ajudarão Lula.
Pelas contas da direção do PMDB, Lula deve ter o apoio em pelo menos 13 Estados. No balanço feito pela cúpula do PT, estarão engajados na reeleição lideranças peemedebistas de 14 Estados.
Houve reviravoltas na reta final. No Piauí, o senador Mão Santa conseguiu, por pequena diferença, viabilizar a candidatura própria contra Lula. Em Minas Gerais, os peemedebistas abandonaram os tucanos.
O PT considera o mapa pró-Lula um trunfo que poderia auxiliar na governabilidade num eventual segundo mandato. O partido conta com a participação do PMDB, caso Lula seja eleito, para formar maioria no Congresso. Analistas políticos e parlamentares apostam que o PMDB será a maior legenda na próxima legislatura. O apoio do PMDB a Lula implicará, se vencer a eleição, ampla participação num próximo governo.
Oficialmente, PT e PMDB estão do mesmo lado na eleição em oito Estados: Amapá, Amazonas, Bahia, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Roraima e Tocantins. Alckmin, por sua vez, teria nove palanques: Acre, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e Sergipe.
A situação mais inusitada ocorrerá no Espírito Santo. O governador Paulo Hartung (PMDB) é historicamente ligado aos tucanos e vai apoiar o ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Veloso Lucas (PSDB) para o Senado. Mas fez acordo com o PT e fará campanha para Lula.
O presidente ainda contará com apoios velados. No Maranhão, a senadora Roseana Sarney (PFL) disputará o governo, mas não atacará Lula. Ao contrário: o grupo político dos Sarney trabalhará a favor da reeleição. Em Rondônia, o senador Amir Lando (PMDB) vai disputar o governo com a petista Fátima Cleide, mas está ao lado de Lula. Em São Paulo, o ex-governador Orestes Quércia (PMDB) não fará campanha para Lula nem para Alckmin. Quércia foi convidado por Lula para uma conversa no final de maio. A candidatura dele em São Paulo aumenta as chances de Aloizio Mercadante (PT) disputar o segundo turno com o ex-prefeito José Serra (PSDB), favorito nas pesquisas.
Alckmin contará com "palanques envergonhados" no Rio de Janeiro e Alagoas. O senador Sérgio Cabral (PMDB) afirma que apoiará o tucano, mas o presidente do Senado, Renan Calheiros, trabalha para minimizar o entusiasmo do correligionário. Calheiros fez aliança em Alagoas com o tucano Teotônio Vilela, mas fará campanha aberta para Lula.
No Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás, Lula não terá apoio explícito do PMDB. No entanto, o governador Roberto Requião, a despeito das diferenças com o PT local, já anunciou, segundo relatos de petistas, a montagem do comitê Requião/Lula.
O gaúcho Germano Rigotto também não pretende abrir os braços para Alckmin, pois a candidatura de Yêda Crusius (PSDB) começa a incomodá-lo.
O senador Maguito Vilela (PMDB) tem dito a dirigentes do PT que manterá o apoio a Lula, mesmo com resistências locais do partido.


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