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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Atraído pelo poder, PMDB pende para Lula nos Estados
Partido deve apoiar o candidato petista em pelo menos 13 palanques estaduais
Oficialmente, Alckmin terá
palanque em 9 Estados, mas
as omissões de candidatos
que não farão campanha
explícita devem prejudicá-lo
MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL
A composição final dos palanques estaduais do PMDB favorece o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva na disputa pela
reeleição. Oficialmente, o partido quase se dividiu ao meio
entre Lula e Geraldo Alckmin
(PSDB). Haverá, porém, engajamentos velados ao petista e
omissões em palanques da oposição, sem campanha explícita
a Alckmin, que ajudarão Lula.
Pelas contas da direção do
PMDB, Lula deve ter o apoio
em pelo menos 13 Estados. No
balanço feito pela cúpula do
PT, estarão engajados na reeleição lideranças peemedebistas de 14 Estados.
Houve reviravoltas na reta final. No Piauí, o senador Mão
Santa conseguiu, por pequena
diferença, viabilizar a candidatura própria contra Lula. Em
Minas Gerais, os peemedebistas abandonaram os tucanos.
O PT considera o mapa pró-Lula um trunfo que poderia auxiliar na governabilidade num
eventual segundo mandato. O
partido conta com a participação do PMDB, caso Lula seja
eleito, para formar maioria no
Congresso. Analistas políticos e
parlamentares apostam que o
PMDB será a maior legenda na
próxima legislatura. O apoio do
PMDB a Lula implicará, se vencer a eleição, ampla participação num próximo governo.
Oficialmente, PT e PMDB estão do mesmo lado na eleição
em oito Estados: Amapá, Amazonas, Bahia, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Roraima e Tocantins. Alckmin, por sua vez, teria
nove palanques: Acre, Distrito
Federal, Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Pernambuco,
Piauí, Rio Grande do Norte,
Santa Catarina e Sergipe.
A situação mais inusitada
ocorrerá no Espírito Santo. O
governador Paulo Hartung
(PMDB) é historicamente ligado aos tucanos e vai apoiar o ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo
Veloso Lucas (PSDB) para o Senado. Mas fez acordo com o PT
e fará campanha para Lula.
O presidente ainda contará
com apoios velados. No Maranhão, a senadora Roseana Sarney (PFL) disputará o governo,
mas não atacará Lula. Ao contrário: o grupo político dos Sarney trabalhará a favor da reeleição. Em Rondônia, o senador
Amir Lando (PMDB) vai disputar o governo com a petista Fátima Cleide, mas está ao lado de
Lula. Em São Paulo, o ex-governador Orestes Quércia
(PMDB) não fará campanha
para Lula nem para Alckmin.
Quércia foi convidado por Lula
para uma conversa no final de
maio. A candidatura dele em
São Paulo aumenta as chances
de Aloizio Mercadante (PT)
disputar o segundo turno com o
ex-prefeito José Serra (PSDB),
favorito nas pesquisas.
Alckmin contará com "palanques envergonhados" no
Rio de Janeiro e Alagoas. O senador Sérgio Cabral (PMDB)
afirma que apoiará o tucano,
mas o presidente do Senado,
Renan Calheiros, trabalha para
minimizar o entusiasmo do
correligionário. Calheiros fez
aliança em Alagoas com o tucano Teotônio Vilela, mas fará
campanha aberta para Lula.
No Paraná, Rio Grande do
Sul e Goiás, Lula não terá apoio
explícito do PMDB. No entanto, o governador Roberto Requião, a despeito das diferenças
com o PT local, já anunciou, segundo relatos de petistas, a
montagem do comitê Requião/Lula.
O gaúcho Germano Rigotto
também não pretende abrir os
braços para Alckmin, pois a
candidatura de Yêda Crusius
(PSDB) começa a incomodá-lo.
O senador Maguito Vilela
(PMDB) tem dito a dirigentes
do PT que manterá o apoio a
Lula, mesmo com resistências
locais do partido.
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