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RENÚNCIA FISCAL
Trabalhadores fazem hoje manifestação em São Paulo
Covas, CUT e Força pedem
manutenção de empregos
LÉO GERCHMANN
em São Paulo
O governador de São Paulo,
Mário Covas (PSDB), divulgou
ontem, com a CUT e a Força Sindical, documento pedindo a inclusão de cláusulas sociais na medida provisória que concede benefícios fiscais para empresas automotivas no Nordeste, Norte e
Centro-Oeste. O texto será entregue ao presidente Fernando Henrique Cardoso.
Participaram da divulgação,
também, os senadores Eduardo
Suplicy (PT) e Pedro Piva (PSDB).
Além da manutenção de empregos, o documento pede um índice de nacionalização mínimo
para componentes e peças (85%)
e limites para financiamentos do
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) a empresas estrangeiras.
Covas definiu o movimento
grevista dos metalúrgicos como
uma forma "legítima" de proteção ao emprego e disse que os incentivos da União à Ford para a
instalação de uma fábrica na Bahia agravam a "guerra fiscal".
Os metalúrgicos farão hoje uma
caminhada entre a fábrica de caminhões do Ipiranga e a Receita
Federal, das 8h às 10h, quando haverá uma manifestação na qual
são esperadas mais de 10 mil pessoas. Alguns operários já estão
acampados no local.
O Sindicato dos Metalúrgicos
de São Paulo, ligado à Força Sindical, pretende também paralisar
hoje cerca de 8.000 trabalhadores
do setor de autopeças. Os sindicatos de São Bernardo e Taubaté,
que são filiados à CUT, colocaram
seus filiados em "estado de alerta"
para aderir à greve em duas hipóteses: se, em reunião marcada para amanhã, às 14h, os dirigentes
da Ford não acenarem com a possibilidade de um compromisso
por escrito para a manutenção
dos empregos e se não houver a
inclusão da cláusula social na MP.
Ontem, houve, também, uma
reunião entre os metalúrgicos e o
presidente da Ford, Antônio Maciel Neto. Questionado se poderia
rever a instalação da montadora
na Bahia caso seja incluída a cláusula social à medida provisória,
ele afirmou: "O Congresso é que
vai decidir se quer criar um novo
pólo de investimentos".
Para os metalúrgicos, que pediram um ano de garantia de emprego a partir da transferência da
fábrica do Ipiranga e o apoio às
cláusulas sociais, Maciel apresentou projeções de crescimento da
empresa e garantiu que não fechará a fábrica paulista de carros.
Fez, porém, uma ressalva. "Nenhuma produção é feita eternamente em um lugar determinado.
Depende do mercado", disse.
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